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Presidente da Vale deve se reunir com Lula nesta tarde

Encontro se dá em meio à volta de boatos de que o governo gostaria de ver Agnelli fora da Vale em 2011

Agnelli, da Vale: articulação para permanecer à frente da Vale no novo governo (.)

Agnelli, da Vale: articulação para permanecer à frente da Vale no novo governo (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - Os presidentes da Vale, Roger Agnelli, e da República, Luiz Inácio Lula da Silva, têm uma reunião marcada para esta quarta-feira (15/9) no Palácio do Planalto. Por meio de sua assessoria, a Vale "nem confirma, nem comenta" o encontro. A reunião, porém, foi divulgada na agenda pública de Lula pelo site da Presidência.

O teor da conversa não foi antecipado nem pelo governo, nem pela companhia. Uma das possibilidades é de que Agnelli esteja articulando sua permanência à frente da maior produtora de minério de ferro do mundo, num eventual governo Dilma Rousseff.

À medida que aumentam as chances de a candidata petista vencer as eleições de outubro, também cresce o movimento para que Agnelli seja substituído. Neste fim de semana, a seção Radar, da Veja, afirmou que uma parte do grupo de Dilma deseja trocar o executivo por um político em 2011. Agnelli já teria procurado interlocutores de Dilma para dizer que pretende ficar.

Uma parte do governo afirma que a história não procede. Além disso, a Vale não seria uma empresa pública, e sim privada. Neste sentido, não caberia ao presidente da República nomear a direção da mineradora. Caberia aos membros do conselho de administração da Vale indicar seu presidente.

Fundos de pensão

O ponto é que o comando da Vale é dividido entre a Bradespar, braço de participações do Bradesco, e fundos de pensão de empresas públicas, como a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil - o que dá margem para que, mesmo indiretamente, o governo interfira na gestão.

O relacionamento entre Agnelli e Lula azedou quando, em meio ao impacto da crise mundial que eclodiu em 2008, o executivo anunciou a suspensão de investimentos e a demissão de funcionários. Lula afirmou, publicamente, que as medidas eram contrárias aos esforços de manter o país em crescimento, e chegou a pedir que Agnelli revisse sua posição.

Outro episódio que colocou os dois presidentes em rotas opostas envolveu os planos da Vale de criar uma frota própria de navios. Para atender à China, a mineradora encomendou navios cargueiros para um estaleiro chinês. A construção será custeada por bancos de fomento da China. Lula criticou a decisão, dizendo que os navios deveriam ser construídos no Brasil. Agnelli justificou-a, dizendo que os estaleiros nacionais não teriam condições de fazê-los.

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