Logo da Mitsubishi: o cargo de Aikawa, de 62 anos, será ocupado temporariamente pelo executivo-chefe, Osamu Masuko, de acordo com a publicação (Toru Hanai/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 23h58.
Tóquio - O presidente da Mitsubishi Motors, Tetsuro Aikawa, renunciará a seu cargo por causa do escândalo de falsificação de dados de consumo que afetou os carros da empresa, segundo antecipou nesta quarta-feira o jornal japonês "Nikkei".
O cargo de Aikawa, de 62 anos, será ocupado temporariamente pelo executivo-chefe, Osamu Masuko, de acordo com a publicação.
Masuko manterá os cargos até a conclusão da operação anunciada na semana passada, com a qual a também japonesa Nissan assumirá 34% das ações da Mitsubishi para se transformar em seu maior acionista e tentar recuperar o prestígio da marca após o escândalo.
Em abril deste ano, a companhia japonesa admitiu que havia manipulado os dados de consumo de combustível de 625 mil unidades vendidas no Japão de quatro modelos de miniveículos, que possuem motores inferiores a 660 centímetros cúbicos.
No curso das investigações, a empresa disse que tais práticas se estenderam a outros modelos, mas revelou que ainda desconhece o alcance total do caso.
A renúncia de Aikawa responderia, segundo o "Nikkei", ao fato de ele ter começado sua carreira na Mitsubishi na unidade de desenvolvimento de produto, onde se originou a manipulação de dados.
Hoje mesmo, a empresa deve apresentar ao Ministério dos Transportes do Japão um novo relatório sobre o escândalo.
Espera-se que a renúncia de Aikawa se torne efetiva em meados de julho, quando a comissão independente encarregada de investigar o assunto deve apresentar um relatório final.
Outra data cogitada para a saída do presidente seria 24 de junho, quando acontecerá a reunião da junta de acionistas da empresa.
Está previsto que depois dessa reunião a Nissan coloque um de seus diretores para liderar a unidade de desenvolvimento de produto.
A Nissan espera concluir a compra do pacote de ações no segundo semestre deste ano.
Uma vez executada essa operação, a Mitsubishi reduziria de 11 para 13 o número de seus representantes na junta diretiva, onde a Nissan incluiria quatro executivos, entre os quais estaria o novo presidente.
Até lá, espera-se que Osamu Masuko, de 67 anos, permaneça no posto de presidente e trabalhe com a Nissan para coordenar a transição e designar seu substituto.