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Presidente da BlackBerry foca em lucratividade

John Chen, presidente-executivo que assumiu o controle da companhia em novembro de 2013, agiu rapidamente para tentar colocar a empresa de volta aos trilhos


	Celular da BlackBerry: em dezembro, a companhia vai lançar o BlackBerry Classic
 (Reuters)

Celular da BlackBerry: em dezembro, a companhia vai lançar o BlackBerry Classic (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 14h45.

Toronto - A BlackBerry, que completou a primeira fase de um plano de recuperação de dois anos, está agora concentrada em lucratividade e não vai se desgastar com o lançamento de muitos aparelhos, disse o presidente-executivo da companhia.

John Chen, que assumiu o controle da companhia em novembro de 2013, agiu rapidamente para tentar colocar a empresa que já foi líder do mercado de celulares inteligentes de volta aos trilhos.

A BlackBerry vendeu ativos, fez parcerias para reduzir custos de produção e ampliou oferta de aplicativos.

A empresa também levantou capital com a venda de imóveis em Waterloo, onde fica a sede da companhia canadense.

"Assim que fizermos esta empresa ter lucro de novo, vou fazer tudo o que puder para nunca mais perdermos dinheiro de novo", disse Chen à Reuters. "Estou definitivamente focado nisso."

O executivo de 59 anos nascido em Hong Kong fez seu nome na Sybase, uma empresa de software de banco de dados em dificuldades que ele resgatou e vendeu uma década depois para a alemã SAP por 5,8 bilhões de dólares, em 2010.

"Vamos sobreviver como companhia e agora estou confiante", disse Chen.

"Estamos administrando a cadeia de fornecedores, estamos administrando estoques, estamos gerenciando o caixa e temos despesas agora em um nível que é muito administrável. A BlackBerry sobreviveu, agora temos que buscar crescimento."

Um ano depois de Chen ter assumido a BlackBerry, a empresa parece ter retomado algum fôlego.

A companhia voltou a contratar funcionários e começou a adquirir pequenas empresas e investir em crescimento.

"Ele entrou para pegar uma faca que estava caindo de ponta, que era o que a BlackBerry era num momento em que estava tendo prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares", disse Prem Watsa, cuja Fairfax Financial Holdings é uma importante acionista da empresa e que ajudou a apoiar da recapitalização da companhia.

Apesar do progresso, muitos analistas ainda precisam ser convencidos. Dados da Thomson Reuters mostram que 25 de 37 analistas que avaliam a BlackBerry tem recomendação de "manter" para as ações da empresa.

Apenas um recomenda "compra" e o restante classifica o papel como alvo de "venda".

Para impulsionar o crescimento, a BlackBerry está lançando sua mais recente plataforma de administração de dispositivos móveis, a BES 12, esta semana.

O sistema vai permitir que as empresas e agências de governo gerenciem não apenas aparelhos BlackBerry em suas redes internas, como também dispositivos com sistemas operacionais rivais, como Android, Windows e iOS.

Em dezembro, a companhia vai lançar o BlackBerry Classic, um aparelho similar ao antigo popular da marca, o Bold.

Em setembro, a BlackBerry anunciou o primeiro lucro trimestral ajustado para a divisão de celulares em cinco trimestres.

A empresa está "razoavelmente confortável" de que pode continuar fazendo dinheiro com a divisão de celulares, uma vez que as margens operacionais subiram com o lançamento do incomum modelo Passport.

"Estou feliz com a receptividade do design. Estou feliz que este produto teve sucesso, mas não fizemos muitos deles, então a oferta está limitada em quase todas as regiões."

A empresa ainda não decidiu sobre quais modelos serão lançados em 2015, disse Chen, acrescentando que o foco ficará sobre um conjunto de celulares inteligentes que têm mais chance de sucesso.

Isso inclui pelo menos um aparelho totalmente novo e reformulações dos modelos Passport, Classic e do Z3.

"Não vou fazer um aparelho genérico só porque tem uma tela de 5 polegadas sensível ao toque", disse Chen, referindo-se à ampla gama de modelos bastante padronizados que está no mercado atualmente.

"Os chineses podem fazer um por 75 dólares, eu não consigo os componentes para fazer um por 75 dólares."

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