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Prejuízo da Minerva sobe por impacto cambial

Empresa de alimentos teve prejuízo de 196 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 50 por cento na comparação anual

Gado da Minerva em uma fazenda em Barretos: impacto cambial no resultado apagou o desempenho positivo das exportações (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 22h52.

O prejuízo da empresa de alimentos Minerva Foods , terceira maior em bovinos no país, somou 196 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 50 por cento na comparação anual, com o efeito da valorização cambial sobre a dívida da companhia.

A companhia também reverteu o lucro de 5,2 milhões de reais apurado no primeiro trimestre deste ano.

"Teve um impacto grande da variação cambial sobre a dívida. Cerca de 70 por cento da dívida está indexada ao câmbio, basicamente dólar", disse o diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, a jornalistas.

O dólar apresentou alta no período, tendo atingido recentemente o maior valor em quase quatro anos frente ao real.

O endividamento líquido da companhia ao final do trimestre ficou em 1,729 bilhão de reais, contra 1,539 bilhão de reais apurados ao final do primeiro trimestre.

A desvalorização do real teve um impacto de efeito não-caixa de 215 milhões de reais, disse o executivo.

Segundo ele, descontado o impacto cambial, o resultado ajustado seria de lucro de 25 milhões de reais.

A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 3,3 vezes no segundo trimestre, contra 3,1 vezes do trimestre anterior.

Ganho Operacional

O impacto cambial no resultado apagou o desempenho positivo das exportações, que subiram 21 por cento ante o segundo trimestre do ano passado e contribuíram fortemente para o aumento da receita da Minerva Foods.

A receita líquida da companhia subiu 23 por cento, para 1,32 bilhão de reais ante o segundo trimestre do ano passado.

Da receita bruta apurada no segundo trimestre de 2013, as exportações corresponderam a cerca de 68 por cento, ou 930 milhões de reais.

No mesmo trimestre do ano passado, a fatia do mercado externo correspondia a cerca de 67 por cento da receita.


O executivo ressaltou que o aumento das exportações e os ajustes para reduzir o ciclo de conversão de caixa, ou seja, o prazo para receber pagamentos, geraram bons resultados operacionais.

O Ebitda, indicador de geração de caixa operacional, subiu 20 por cento, para 134,4 milhões de reais, na comparação com segundo trimestre do ano passado.

Além disso, o tempo de conversão de caixa, que no trimestre anterior, estava em 17,7 dias, caiu para 15,4 dias. E a companhia mantém a meta de reduzir este prazo a 12 dias, marca registrada anteriormente.

"Primeiro, teve rentabilidade boa, com margem Ebitda de dois dígitos. Trabalhando os prazos com recebíveis e fornecedores, reduzimos em 65 por cento a necessidade de capital de giro", afirmou.

Perspectiva

O executivo atribuiu ainda a melhora no desempenho operacional ao aumento do uso de capacidade instalada, que permite diluição de custos fixos.

No trimestre encerrado em 30 de junho, a Minerva utilizou 80,3 por cento de sua capacidade total, contra 74 por cento em igual período do ano passado.

O número de cabeças abatidas no trimestre somou 531,3 mil unidades, contra 442 mil do mesmo período no ano passado, um crescimento que atendeu, principalmente o mercado externo.

O cenário positivo no mercado externo deve se estender ao longo deste semestre, tradicionalmente o mais forte para a indústria de carnes.

"Vemos a perspectiva de boa rentabilidade no semestre, a desvalorização cambial dá competitividade à industria, e temos oferta de gado para abate", disse o executivo.

Ticle ressaltou que diante do forte ritmo das exportações brasileiras de carne bovina, e com o câmbio favorável, ele vê o Brasil retomando a liderança mundial no setor.

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O prejuízo da empresa de alimentos Minerva Foods , terceira maior em bovinos no país, somou 196 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 50 por cento na comparação anual, com o efeito da valorização cambial sobre a dívida da companhia.

A companhia também reverteu o lucro de 5,2 milhões de reais apurado no primeiro trimestre deste ano.

"Teve um impacto grande da variação cambial sobre a dívida. Cerca de 70 por cento da dívida está indexada ao câmbio, basicamente dólar", disse o diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, a jornalistas.

O dólar apresentou alta no período, tendo atingido recentemente o maior valor em quase quatro anos frente ao real.

O endividamento líquido da companhia ao final do trimestre ficou em 1,729 bilhão de reais, contra 1,539 bilhão de reais apurados ao final do primeiro trimestre.

A desvalorização do real teve um impacto de efeito não-caixa de 215 milhões de reais, disse o executivo.

Segundo ele, descontado o impacto cambial, o resultado ajustado seria de lucro de 25 milhões de reais.

A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 3,3 vezes no segundo trimestre, contra 3,1 vezes do trimestre anterior.

Ganho Operacional

O impacto cambial no resultado apagou o desempenho positivo das exportações, que subiram 21 por cento ante o segundo trimestre do ano passado e contribuíram fortemente para o aumento da receita da Minerva Foods.

A receita líquida da companhia subiu 23 por cento, para 1,32 bilhão de reais ante o segundo trimestre do ano passado.

Da receita bruta apurada no segundo trimestre de 2013, as exportações corresponderam a cerca de 68 por cento, ou 930 milhões de reais.

No mesmo trimestre do ano passado, a fatia do mercado externo correspondia a cerca de 67 por cento da receita.


O executivo ressaltou que o aumento das exportações e os ajustes para reduzir o ciclo de conversão de caixa, ou seja, o prazo para receber pagamentos, geraram bons resultados operacionais.

O Ebitda, indicador de geração de caixa operacional, subiu 20 por cento, para 134,4 milhões de reais, na comparação com segundo trimestre do ano passado.

Além disso, o tempo de conversão de caixa, que no trimestre anterior, estava em 17,7 dias, caiu para 15,4 dias. E a companhia mantém a meta de reduzir este prazo a 12 dias, marca registrada anteriormente.

"Primeiro, teve rentabilidade boa, com margem Ebitda de dois dígitos. Trabalhando os prazos com recebíveis e fornecedores, reduzimos em 65 por cento a necessidade de capital de giro", afirmou.

Perspectiva

O executivo atribuiu ainda a melhora no desempenho operacional ao aumento do uso de capacidade instalada, que permite diluição de custos fixos.

No trimestre encerrado em 30 de junho, a Minerva utilizou 80,3 por cento de sua capacidade total, contra 74 por cento em igual período do ano passado.

O número de cabeças abatidas no trimestre somou 531,3 mil unidades, contra 442 mil do mesmo período no ano passado, um crescimento que atendeu, principalmente o mercado externo.

O cenário positivo no mercado externo deve se estender ao longo deste semestre, tradicionalmente o mais forte para a indústria de carnes.

"Vemos a perspectiva de boa rentabilidade no semestre, a desvalorização cambial dá competitividade à industria, e temos oferta de gado para abate", disse o executivo.

Ticle ressaltou que diante do forte ritmo das exportações brasileiras de carne bovina, e com o câmbio favorável, ele vê o Brasil retomando a liderança mundial no setor.

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