Prefiro um estádio a Neymar, diz presidente do Bayern
Karl-Heinz Rummeniggedisse que é preciso ter mais "racionalidade" diante de algumas contratações que crescem em uma espiral descontrolada
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 11h19.
Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 11h27.
Berlim - O presidente-executivo do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, disse que o time campeão alemão nunca gastaria os 222 milhões de euros que o Paris Saint-Germain pagou ao Barcelona pelo atacante Neymar, afirmando que, por esse dinheiro, preferiria um estádio.
Rummenigge, que também dirige a Associação de Clubes da Europa (ECA), disse que é preciso ter mais "racionalidade" diante de algumas contratações que crescem em uma espiral descontrolada.
"Durante a transferência de Neymar, me perguntei o que seria mais importante: Neymar ou a Allianz Arena", disse Rummenigge à edição da revista Sport Bild lançada nesta quarta-feira.
"Tenho que dizer claramente que prefiro ter uma Allianz Arena, é algo mais importante. Nós do Bayern de Munique devemos ter uma filosofia diferente", afirmou Rummenigge. "Toda a transferência de Neymar poderia custar até mais que o estádio".
O Bayern fez um empréstimo de 346 milhões de euros em 2005 para construir sua nova arena nos arredores da cidade e terminou de pagá-la em 2014, 16 anos antes do previsto.
A única grande contratação do Bayern para a próxima temporada foi Corentin Tolisso, da seleção francesa, comprado por 41,5 milhões de euros.
"Não queremos fazer isso e não podemos fazê-lo (gastar como o PSG). E está tudo bem. Também é bem visto pela opinião pública e nossa torcida", disse Rummenigge.
O clube francês pagou um valor recorde neste mês para contratar os serviços de Neymar, de 25 anos, do Barcelona.
A cifra duplica o recorde anterior desembolsado por Paul Pogba em agosto passado, quando o jogador trocou a Juventus pelo Manchester United por 105 milhões de euros.
"A Fifa, a Uefa, a ECA, as ligas e o sindicato de jogadores FIFpro deveriam discuti-lo", disse Rummenigge.
"Acho que deveríamos nos sentar todos em uma mesa, essa seria minha proposta. Podemos encontrar algumas regras mais racionais para o futebol em seu conjunto. De outro modo, a opinião pública não o entenderá, os torcedores perderão sua conexão", acrescentou.