Negócios

Por que a Marabraz decidiu relançar o Mappin

O novo site da antiga loja de departamentos, com foco em produtos de cama, mesa e banho e decoração, irá ao ar no dia 10 de junho, segunda-feira

antiga loja mappin em são paulo (Eduardo Albarello/Divulgação)

antiga loja mappin em são paulo (Eduardo Albarello/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 7 de junho de 2019 às 07h00.

Última atualização em 7 de junho de 2019 às 07h00.

Famosa rede de lojas de departamentos, o Mappin está de volta. Vinte anos depois de pedir falência, a marca irá se transformar em um comércio eletrônico, sob o comando da Marabraz, liderada pelos primos Nader e Abdul Fares.

O novo site, com foco em produtos de cama, mesa e banho, decoração e itens para jardim, irá ao ar no dia 10 de junho, segunda-feira. A loja estará disponível para todo o Brasil, embora o Mappin tenha, no passado, concentrado sua operação apenas em São Paulo. A princípio, a plataforma vai contar com um portfólio de 15 mil itens próprios à venda. A empresa também terá um marketplace, em que vende produtos de terceiros, com mais de 50 mil produtos disponíveis.

Os diretores afirmam que, ainda que a marca tenha saído de uso há 20 anos, a população paulistana ainda se recorda da rede de lojas com carinho. “Para a época, era uma marca muito inovadora para o varejo. As pessoas se lembram disso com saudosismo”, diz Nader Fares, sócio-diretor comercial da Marabraz.

Mas, embora seja uma marca conhecida em São Paulo, o resto do país pode não se lembrar do passado de glória da loja de departamentos. Por isso, a estratégia nacional será outra. "Vamos entrar em outros marketplaces, com parceiros que têm mais tráfego para atrair a atenção para nossa marca", afirma.

O segundo passo é a abertura de lojas físicas, em São Paulo e outras cidades. "Queremos dar para nossos clientes a experiência omni canal", diz Abdul Fares.

O investimento no projeto é de de 10 milhões de reais. Cerca de 5 milhões de reais foram usados para a compra da marca, em 2009. Já 4 milhões de reais foram investidos em tecnologia e 1 milhão de reais em funcionários e outros custos.

História

O Mappin chegou ao Brasil em 1913 e teve uma loja de cinco andares no centro de São Paulo. Nos seus primeiros anos, a loja era ponto de encontro da elite paulistana. Havia apenas itens importados e voltados para as classes mais altas.

Entre as mudanças que a loja trouxe para o varejo da cidade, estão a criação de vitrines, crediário e etiquetas de preços nas vitrines. O grupo decidiu abrir mais unidades, mas acabou acumulando dívidas. Em 1999, a empresa declarou falência. Dez anos depois, o grupo Marabraz comprou a marca em um leilão por cerca de 5 milhões de reais. Na época, a promessa era de retomar o negócio em 2013.

Vinte anos depois da compra, a empresa irá recuperar a marca. No entanto, desde que saiu de cena, muita coisa mudou no varejo brasileiro. Magazine Luiza, Via Varejo, B2W e Amazon criaram sites fortes e marketplaces importantes para a receita.

Já a Marabraz surgiu em 1972, criada pelo imigrante libanês Abdul Hadi Mohamed Fares. A primeira loja se chamava Credi-Fares e foi aberta em São Paulo. Depois que o fundador faleceu, os filhos assumiram o negócio, compraram a marca Marabraz e substituíram o nome para Lojas Marabraz. Com propagandas estrelando famosos, como a dupla Zezé di Camargo e Luciano e o ator Fábio Porchat, a empresa tem mais de 130 lojas no estado de São Paulo.

A empresa não divulga o faturamento, mas diz que cresceu 30% em comércio eletrônico e 5% em suas lojas físicas no primeiro trimestre de 2019, em relação ao mesmo período no ano anterior.

Acompanhe tudo sobre:e-commerceLojas

Mais de Negócios

A 'pandemia' de ansiedade movimenta este negócio milionário de chás e rituais para relaxar

O negócio dele resolve problemões na saúde e, de quebra, fatura milhões

Desenrola Pequenos Negócios: como PMEs podem renegociar dívidas com descontos de até 95%

CMR Surgical cresce e impulsiona cirurgia robótica na América Latina