Por mudanças climáticas, setores precisam se unir, diz VP da Natura na COP
A fabricante de cosméticos Natura participa ativamente da COP26 com a presença de mais de um executivo; em entrevista à EXAME, Marcelo Behar, vice-presidente de susntetabilidade da Natura, conta os detalhes das ações
Marina Filippe
Publicado em 13 de novembro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 17 de novembro de 2021 às 10h08.
De Glasgow, na Escócia*
A fabricante de cosméticos Natura participa ativamente da COP26 com a presença de mais de um executivo. A agenda por aqui conta com patrocínio de exposição, encontros com outras companhias e até mesmo com líderes como o Príncipe Charles. Em entrevista à EXAME, Marcelo Behar, vice-presidente de sustentabilidade da Natura, conta os detalhes das ações. "Viemos trazer uma mensagem de conexão entre clima, natureza e Amazônia", diz.
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Qual a participação da Natura na COP26?
A Natura está na Amazonia há mais de 20 anos, opera com 30 mil comunidades, 38 mil ativos. Temps a meta de aumentar a proteção ambiental de 1.8 milhão de hectares para para 3 milhões de hectares.
Aqui vemos como estão as ações da natureza, o desmatamento e mais. Recentemente montamos o site plenamata.eco para que todos possam ver como estamos em termos de devastação ou regeneração. Tambem trouxemos a exposição do Sebastião Salgado que mostra a conexão dos povos da Floresta com a Amazonia, seus verdadeiros guardiões.
Aqui na COP também vamos estar em com mais de 30 comunidades fazendo conexões que mostram como o acordo da natureza deve ser tao importante quanto o do clima. A Natura já estabeleceu a proteção dessas áreas e entendemos que devemos levar isto para outras empresas.
Como o senhor vê a participação das empresas por aqui?
É super importante que as empresas estejam aqui porque só consegue ter tração com meta, objetivo, começo, meio e fim. E, o mundo empresarial é muito bom com essas metas.
O desafio de emissões líquidas de carbono até 2050, por exemplo, só pode ser possível se as empresas se engajarem.
A Natura participou de outras COPs, inclusive a de Paris, mas agora vejo mais empresas querendo fazer parte e estando interessadas. Além disso, há a supervisão da sociedade civil organizada olhando para o processo também.
Há diferentes setores trabalhando juntos?
A gente tem trabalhado junto com outros setores, com o quais não estávamos acostumados, para construir acordos efetivos.
Só vamos ter mudanças climáticas positivas se os setores se juntarem nesse trajeto, todos eles, para conseguirmos dimensionar os impactos econômicos e as necessidades de financiamentos de transição, especialmente de forma economicamente viável e inclusiva.
O Brasil, às vezes, demora pra chegar em algumas discussões, mas está chegando, e vejo com bons olhos o interesse do setor privado para desenvolver mecanismos que podem virar padrão.
Exame na COP26
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.
Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.