Por dentro do lugar onde a TAM treina sua equipe para voar
Todos os 26.000 funcionários da TAM, desde os comissários e pilotos até os atendentes dos aeroportos, são treinados no local. Conheça a estrutura nas fotos
Luísa Melo
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 07h04.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h23.
São Paulo - Todos os 26.000 funcionários da TAM , desde os comissários e pilotos até os atendentes dos aeroportos, já passaram por treinamento na academia de serviços da empresa, em São Paulo, pelo menos uma vez. A estrutura fica no bairro Campo Belo, na zona sul da capital paulista, e ocupa uma área de 15.700 metros quadrados. Ela existe desde 2001 e conta com 19 salas de aula, um auditório e 9 laboratórios de tecnologia. Há ainda um ambiente que simula os guichês de aeroportos, um que simula os terminais de carga e outros dois que reproduzem aviões .Lá, são ministrados cursos teóricos e práticos sobre serviços, segurança e outros temas. EXAME.com visitou o espaço para entender como os funcionários da companhia aérea são capacitados. Veja nas fotos.
Todos os dias, aproximadamente 900 funcionários são treinados na academia de serviços. Em 2014, foram 238.000 pessoas capacitadas, em mais de 1,8 milhão de horas de cursos. O único treinamento realizado fora do local é o de simulação de voo, para os pilotos, que ocorre em uma estrutura terceirizada.
Pode parecer surreal, mas existe um avião (ou melhor, parte dele) dentro do prédio da academia de serviços da TAM. Um modelo Fokker que seria devolvido ao fabricante foi adaptado pela companhia aérea para se transformar em uma estação de treinamento. Nela, são ministrados os cursos de segurança e emergência.
Os comissários são os responsáveis por garantir a segurança dos passageiros durante o voo e prevenir situações de risco. Eles são treinados para assegurar que ninguém a bordo fume, que os cintos de segurança estejam afivelados e que as bagagens de mão estejam no lugar correto, por exemplo. Em caso de emergência, não é diferente. Se acontecer algum acidente ou pouso forçado, a tripulação tem 90 segundos para evacuar todo o avião. Na foto, os comissários estão sendo capacitados para isso.
Na piscina, os comissários são treinados para retirar os passageiros do avião em caso de pouso na água. A escorregadeira inflável, usada na evacuação, se transforma em um bote. Os funcionários são preparados para manuseá-lo e soltá-lo para que ele não afunde junto com a aeronave.
Os comissários também aprendem a instruir as pessoas a usar corretamente os coletes salva-vidas e a se manterem juntas até a chegada do resgate, caso o bote seja perdido. Eles são treinados ainda para salvar quem não sabe nadar, ou está desacordado.
A tripulação faz ainda cursos de sobrevivência no mar, na selva, no gelo e no deserto. Para essas situações extremas, é preciso saber usar kits de itens básicos, como os da foto.
Na área externa, os comissários aprendem, na prática, a combater incêndios.
Eles também são treinados para construir acampamentos na selva, utilizando partes do avião. Todos os comissários precisam revalidar os treinamentos de emergência a cada 12 meses.
Na academia de serviços da TAM, há ainda uma sala que reproduz o interior de um avião. É nela que os comissários aprendem a fazer o serviço de bordo da classe econômica e da executiva. Esse tipo de treinamento precisa ser refeito com menor frequência, a cada 4 anos e meio, porque, diferentemente do de emergência, aborda procedimentos realizados todos os dias pela tripulação.
Em um outro ambiente que reproduz o saguão de um aeroporto, os funcionários são treinados para fazer o check-in, emitir os cartões de embarque e atender os clientes, de forma geral. Lá, o fluxo de passageiros é simulado e os atendentes são preparados para recebê-los e despachar suas malas rapidamente–o ideal é que o tempo de espera na fila não ultrapasse 10 minutos. Depois de 14 dias de capacitação prática e teórica, o funcionário já pode começar a trabalhar no aeroporto, sob supervisão.
Cada tipo de carga, desde animais até itens de limpeza, recebe uma classificação que determina a forma como ela deve ser transportada, por questões de segurança. Produtos radioativos usados em hospitais, por exemplo, só entram em uma parte específica do avião, envoltos em uma embalagem especial, e em determinadas quantidades. No espaço que simula os terminais de carga, os funcionários são treinados para identificar os produtos e reconhecer a sua classificação. Passam por esse tipo de capacitação não só os carregadores, mas também os tripulantes.
Além das atividades práticas, diversos cursos teóricos são ministrados em salas equipadas com computadores. Na foto, pilotos fazem um treinamento sobre cargas. Há ainda diversas aulas que são ministradas online. Para as comissárias iniciantes, há, inclusive, cursos de padrão de maquiagem, cabelo e acessórios.
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