Por dentro da nova cidade do Mercado Livre
O novo espaço, com 33.000 metros quadrados, foi apelidado de Melicidade, união da sigla da empresa na bolsa de valores e a palavra cidade
Karin Salomão
Publicado em 31 de agosto de 2016 às 08h52.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h09.
São Paulo – Um ano depois do início das obras, a nova sede do Mercado Livre abriu suas portas. O novo espaço, com 33.000 metros quadrados, foi apelidado de Melicidade. Meli é a sigla pela qual a companhia é negociada na bolsa Nasdaq, desde o seu IPO em 2007. Cidade porque essa é a ideia da companhia para a nova sede. Aqui dentro, há um auditório para 200 pessoas, 140 salas de reunião, 11 salas de treinamento, além de benefícios como academia e manicure. Na foto, o espaço de café e convivência, bem no centro do ambiente de trabalho. A empresa investiu R$ 105 milhões na sua nova sede. Antes, os funcionários estavam divididos entre três prédios diferentes em Alphaville, São Paulo, o que prejudicava a comunicação e integração entre as áreas. Além disso, não havia mais espaço para expandir. Por isso, há cerca de dois anos Helisson Lemos, presidente do Mercado Livre no Brasil, começou a sonhar com um espaço maior e que desse conta de todos seus planos. V eja nas fotos o resultado desse projeto.
O Mercado Livre foi fundado em 1999 e o primeiro escritório, no Brooklin, bairro de São Paulo, consistia de apenas uma sala. O site foi lançado na Argentina e a primeira casa dos servidores cabia dentro de uma garagem em Buenos Aires. Desde então, a empresa chegou a 19 países na América Latina. No segundo trimestre de 2016, as receitas foram de US$ 199,6 milhões, aumento de 29%. O volume de vendas feitas pela plataforma chegou a US$ 2 bilhões, alta de 21%. Para abrigar todo esse crescimento, foi necessário se mudar para um espaço muito maior, que pode ser visto de cima na foto.
A cidade de Osasco foi escolhida como região ideal para a sede depois que a empresa fez uma pesquisa com os funcionários. Ela cruzou dados sobre a casa de cada pessoa e descobriu que Osasco era uma região acessível para todos. Há muitos que moram em Barueri, Santana de Parnaíba, Carapicuíba e em São Paulo. Enquanto antes o deslocamento médio era 33 quilômetros, agora a média é de 17 quilômetros, afirmou Helisson Lemos, presidente da empresa no Brasil. A companhia incentiva o uso de meios de transporte alternativos. A sede também fica perto de uma estação de trem e há uma van que faz o trajeto entre o transporte público e o escritório.
O escritório ocupa 17.000 metros quadrados de um total de 33.000 metros quadrados do terreno. O resto é dedicado ao estacionamento e ao jardim, com muitas árvores e redes para o descanso dos funcionários.
O auditório fica bem na entrada do edifício, para ser usado em eventos externos. A capacidade é de 200 pessoas.
Ao lado do auditório, estão algumas salas de reunião circulares. A ideia é trazer clientes, parceiros e fornecedores para dentro do ambiente da companhia. “Queremos trazer todos os players para dentro da nossa casa, para trabalharmos de forma integrada”, afirmou Helisson Lemos, presidente do Mercado Livre no Brasil.
No lobby há também cômodos para o ensino de idiomas, que é oferecido aos funcionários.
O local da sede, em Osasco, era um grande galpão industrial. Para reformar o espaço e dar uma aparência moderna, foram investidos R$ 105 milhões. Cerca de 260 fornecedores e 1.500 trabalhadores ergueram a nova casa da empresa de comércio eletrônico. O grande investimento no Brasil tem um motivo: o país é responsável por metade de todas as receitas da companhia.
O espaço é inspirado nas empresas do Vale do Silício. Facebook, Apple e Tesla são algumas das empresas que têm sedes tão grandes que são chamadas de campus. Diversos executivos viajaram até a Califórnia, nos Estados Unidos, para conhecer essas empresas de perto. No entanto, deixaram o projeto bem brasileiro, diz Stelleo Tolda, vice-presidente executivo e COO da empresa, como a preocupação com a sustentabilidade.
Todo o ambiente é um grande galpão aberto, bem semelhante à nova sede do Facebook. Para dividir, de forma simbólica, as equipes de trabalho, a empresa nomeou cada uma a partir de um nome de cidade brasileira. Vitória, Rio de Janeiro, Oiapoque e Chuí são alguns dos exemplos de municípios presentes dentro da cidade Mercado Livre. Os nomes foram escolhidos por meio de um concurso interno entre os funcionários.
A empresa também cresceu nos últimos anos por meio de aquisições. No início, quando ela ainda era um serviço de leilões, adquiriu a iBazar e Arremate.com. Mais recentemente, incluiu ao seu portfólio a KPL, de sistemas de gestão, e a Axado, de logística. Essas compras complementam a companhia, que tem buscado crescer para além de sua plataforma de comércio eletrônico . O Mercado Pago, sistema de pagamentos, é responsável por grande parte das compras feitas no site. Cerca de 70 % das encomendas são transportadas pelo Mercado Envios, que só no mês passado entregou 6 milhões de produtos.
Lugares para trabalhar em conjunto é o que não falta: são 11 salas de treinamento e 140 salas de reunião espalhadas por todo o complexo. Na foto está um desses ambientes.
Diversas cadeiras ainda estão vazias no escritório novo. Isso porque há espaço para 2.000 funcionários e, hoje, são 1.200. “Não vamos definir uma projeção para o crescimento da equipe, mas isso irá acontecer naturalmente conforme formos crescendo”, afirmou Stelleo Tolda.
O ambiente foi projetado para permitir a entrada de luz natural. Além disso, todas as 2.800 lâmpadas são de LED, o que reduz em até 75% o uso de energia. Para ser ainda mais sustentável, a empresa instalou 2.000 painéis fotovoltaicos para capturar energia solar. Em dias de sol, a energia solar corresponde a 50% de tudo o que é gasto no complexo. Ela ainda possui um programa de reciclagem e reutiliza 80% de toda água da chuva, com ajuda de 4 tanques de reuso. Na foto, parte da biblioteca, lugar para estudo e concentração.
Aqui, outro ângulo da biblioteca. Segundo o presidente da companhia no Brasil, muitos funcionários ainda são estudantes e, por isso, precisam de um espaço para estudar durante o seu tempo livre.
Além de servir como uma escada para os mezaninos, essa estrutura também age como arquibancada. É aqui que a empresa faz comunicados a seus funcionários, usando dois grandes telões como apoio. Em dias normais, as telas exibem programas de televisão e até jogos da Olimpíada.
Na foto, o ângulo oposto à arquibancada de madeira. O escritório está repleto de sofás, pufes e mesas para deixar o ambiente de trabalho mais descontraído.
Há salas de reunião circulares espalhadas por todo o galpão. Elas são revestidas de madeira e são cobertas de plantas. Esteticamente iguais, o que muda nas salas é o mobiliário. Há espaços com mesas e projetores e há ambientes mais relaxados, como é o caso dessa sala com poltronas penduradas do teto.
Na foto, está um dos armários usados pelas pessoas para guardar pertences, deixando o espaço de trabalho mais livre. Para decorar toda a sede, a empresa convidou quatro artistas plásticos, que deixaram suas marcas no mobiliário e em diversos painés. Timoteo Lacroze, Rimón Guimarães, Mart Aire e João Lelo foram os responsáveis por dar cor ao ambiente.
Além das áreas de trabalho, a nova sede também incorporou espaços de lazer. O galpão ao lado é exclusivamente reservado ao tempo livre dos funcionários e é chamado de Meli Mall. Aqui, ficam o salão de jogos, consultórios médicos, sala de massagem, manicure, academias e o refeitório.
Como não poderia deixar de ser em uma empresa de tecnologia, o Mercado Livre disponibilizou um salão de jogos para seus funcionários. Aqui, eles passam o horário de almoço se divertindo com as mesas de pebolim, pingue pongue e videogame.
O funcionário pode escolher entre dois espaços de academia para se exercitar. De um lado estão os exercícios aeróbicos e, do outro, aparelhos voltados para musculação.
O Meli Mall tem espaço para manicures, consultório médico, atendimento de nutricionista e uma sala para massagem.
Na foto, um espaço para descontração, com muitos sofás e poltronas confortáveis. O Meli Mall ainda tem dois vestiários, que atendem quem vem de bicicleta ao trabalho e quem quer tomar uma ducha depois da academia.
O restaurante, que tem espaço para 450 pessoas, serve quatro menus diferentes: um brasileiro, grill, saladas e cozinha internacional. No dia da visita, o prato internacional era hambúrguer gourmet.
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