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Pilotos da Varig estão céticos com a proposta de fusão com a TAM

O presidente da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), Flávio Souza, fez duras críticas à proposta de fusão da Varig e da TAM. Para ele, a idéia de juntar uma companhia quebrada, a Varig, com uma em má situação financeira, a TAM, não resolverá os problemas de nenhuma das duas. O que pode acontecer é […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O presidente da Associação dos Pilotos da Varig (Apvar), Flávio Souza, fez duras críticas à proposta de fusão da Varig e da TAM. Para ele, a idéia de juntar uma companhia quebrada, a Varig, com uma em má situação financeira, a TAM, não resolverá os problemas de nenhuma das duas. O que pode acontecer é a TAM ser destruída , diz. Sua avaliação é de que a fusão para reduzir os custos resolverá apenas os problemas operacionais das duas companhias mas não a crise financeira.

A fusão, segundo ele, não elimina a causa da crise, que é a má gestão da Varig. É uma questão de governança corporativa, de um modelo ultrapassado de gestão , afirma Souza. O comando da Varig tem uma visão clientelista de administração, baseada em buscar permanentemente socorro financeiro do governo.

Fundação Rubem Berta continuará a ser o problema

Para Souza, o grande problema é que a Varig é administrada pela Fundação Rubem Berta, dona de 87% do capital da empresa e cujo controle está nas mãos de sete curadores. Todas as tentativas anteriores de sanear a empresa não foram adiante porque, segundo ele, os curadores não querem abrir mão do modelo de gestão que está destruindo a companhia. Por se tratar de uma fundação, todas as decisões levam meses para ser aprovadas já que são discutidas pelo colégio deliberativo que possui mais de 200 integrantes. O colégio é formado por funcionários e ex-funcionários da Varig - estes os responsáveis pela manutenção dos sete curadores no poder.

Todas as tentativas anteriores de saneamento da Varig esbarraram na Fundação Rubem Berta. Nos últimos sete anos a Varig mudou de presidente cinco vezes. Manuel Guedes, o atual presidente, foi indicado pelos curadores. Mas seu antecessor, o economista Arnim Lore, que assumiu o comando da empresa por exigência dos credores, durou pouco mais que dois meses no cargo. Lore deixou o posto após ver o plano de reestruturação da dívida da empresa -- de 2,8 bilhões de reais -- ser recusado pela Fundação. Pelo acordo que vinha sendo costurado, o BNDES emprestaria 300 milhões de dólares para capitalizar a Varig, desde que a Fundação, reduzisse sua participação no capital da empresa para apenas 25%.

Para Souza, a proposta de fusão com a TAM é apenas mais uma tentativa dos curadores de ganhar tempo. Sua avaliação é de que o governo não deveria injetar dinheiro na companhia sem que a questão do controle fosse discutida. Não adianta fundir as duas empresas se a Fundação não sair do controle , diz. Nesse caso será apenas desperdício de dinheiro público e é o contribuinte que vai pagar a conta .

Um outro problema que a fusão irá acarretar é a demissão em massa de funcionários. A Varig carrega uma estrutura muito pesada porque, embora tenha devolvido mais de 10% de sua frota, manteve praticamente inalterado o quadro de pessoal. Os cortes seriam aceitáveis, segundo Souza, caso a empresa se recuperasse e voltasse a ser saudável. No começo da tarde de hoje, a Apvar iniciou uma assembléia com seus associados para discutir a proposta de fusão.

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