PLATAFORMA NA NORUEGA: petróleo amargou uma queda de 9% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado (Nerijus Adomaitis/File Photo/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 24 de julho de 2020 às 06h34.
Última atualização em 24 de julho de 2020 às 08h13.
A petrolífera norueguesa Equinor divulga hoje seus resultados para o segundo trimestre e deve impulsionar o debate sobre o futuro do petróleo. Os números chegam num momento de pressão para o setor de combustíveis fósseis, em função da queda no preço do petróleo, nos últimos meses, e de um movimento mais forte dos investidores em direção às energias renováveis.
No primeiro trimestre, a Equinor registrou um prejuízo líquido de 708 milhões de dólares. A expectativa dos analistas era de um lucro líquido de 695 milhões. O resultado foi impactado pela cotação do barril de petróleo e por uma baixa contábil de 2,45 bilhões de dólares.
Apesar do mau desempenho global, a empresa diz que vai manter seus planos de investimentos no Brasil, que somam cerca de 15 bilhões de dólares, grande parte no campo de Bacalhau, o primeiro do pré-sal brasileiro a ser desenvolvido por uma multinacional estrangeira. A produção estimada, com início em 2024, será de 220 mil barris por dia.
Entre as petroleiras, a Equinor é a que dedica a maior parcela dos seus investimentos para as energias renováveis. Só que isso não quer dizer muito. Apenas 2% do total investido vai para a geração limpa, em especial a eólica.
Em meio à pandemia, o setor de energia limpa foi o único que apresentou crescimento, embora menor do que 1%. Já o petróleo amargou uma queda de 9% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Diante desses números, um volume cada vez maior de investidores se pergunta se vale a pena colocar mais dinheiro na exploração do ouro negro.