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Petrobras tem o melhor resultado para 1º trimestre desde 2013

A estatal anunciou seu balanço nesta terça-feira e apresentou um lucro de R$ 7,6 bilhões

Petrobras: estatal teve lucro líquido de 6,96 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 56,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: estatal teve lucro líquido de 6,96 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 56,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2018 às 11h11.

Última atualização em 8 de maio de 2018 às 14h43.

São Paulo/Rio de Janeiro - A Petrobras teve lucro líquido de 6,96 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 56,5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, no melhor resultado da empresa desde 2013, em meio a preços mais altos do petróleo e ganhos com vendas de áreas petrolíferas.

O preço do petróleo no mercado internacional saiu de 53,8 dólares o barril na média do primeiro trimestre de 2017 para 66,8 dólares no mesmo período deste ano, informou a empresa nesta terça-feira, em referência a um dos fatores por trás do lucro.

A alta na cotação do petróleo também permitiu que a Petrobras obtivesse margens mais elevadas nas exportações de petróleo e gás natural, assim como na venda de derivados, disse a estatal.

No entanto, executivos da Petrobras afirmaram que não é adequado considerar que apenas o preço do petróleo foi responsável pelo maior lucro trimestral desde o início de 2013, quando a empresa havia lucrado 7,69 bilhões de reais.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou que, naquele trimestre, os preços do petróleo estavam acima dos 100 dólares por barril, contra a média de cerca de 67 dólares registrada no primeiro trimestre de 2018.

"Eu não quero dizer aqui que o valor do petróleo não tem sua influência, mas acho que seria totalmente injusto dizer que foi só isso", disse Parente a jornalistas.

O diretor-executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Ivan Monteiro, destacou a disciplina da empresa na realização do plano de negócios, que tem mantido objetivos como a busca por desinvestimentos e redução da enorme dívida.

A empresa teve ganhos de 3,2 bilhões de reais com a alienação de ativos petrolíferos de Lapa, Iara e Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, acrescentou.

"Você percebe em cada linha do balanço a captura de cada uma dessas etapas, seja no plano de desinvestimenros, seja nos custos da companhia...", completou Monteiro, também na conferência de imprensa.

A dívida líquida da empresa diminuiu para 81,45 bilhões de dólares, queda de 4 por cento em relação ao último trimestre.

O lucro de juros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 25,67 bilhões de reais, ante 25,25 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2017.

Parente manteve a meta para a assinatura de desinvestimentos para o biênio 2017-2018, de 21 bilhões de dólares, em busca também de atingir o objetivo de desalavancagem de 2,5 vezes dívida líquida sobre Ebitda.

Disciplina

O lucro operacional foi de 17,82 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2018, alta de 25 por cento ante o primeiro trimestre de 2017, com destaque para o início da produção no campo de Búzios, avanço físico na construção de plataformas que serão instaladas no Brasil, crescimento de 4 por cento nas exportações, menores despesas gerais e administrativas e menores gastos com ociosidade de equipamentos.

"Estamos cumprindo à risca o que prometemos no nosso plano de negócios anunciado em 2016 e o resultado do primeiro trimestre mostra que as escolhas têm sido acertadas...", afirmou o presidente da Petrobras.

Segundo ele, com o resultado do primeiro trimestre, a empresa consolida uma trajetória de recuperação.

"Nosso objetivo, e ainda há muito o que fazer, é chegar a dezembro com uma empresa que tem indicadores de segurança entre os melhores do nosso setor, financeiramente equilibrada e com sua reputação recuperada", disse Parente.

Analistas de mercado apontaram como fatores positivos uma sólida geração de fluxo de caixa livre, a remuneração aos acionistas e a desalavancagem, dentre outros temas.

"Destacamos a geração de fluxo de caixa livre no primeiro trimestre, que ilustra a capacidade da Petrobras de desalavancar seu balanço em um ambiente de preço do Brent de 65-70 dólares/barril, assumindo que não haverá desinvestimentos adicionais de ativos", disse o Goldman Sachs em relatório.

O fluxo de caixa livre permaneceu positivo pelo décimo segundo trimestre consecutivo, atingindo 12,993 bilhões de reais, 3 por cento inferior ao ano anterior, principalmente em função do pagamento da primeira parcela do acordo da Class Action e do prêmio para contratação de opções de venda para proteger o preço de parte da produção de óleo.

Por volta das 14h30, as ações preferenciais da companhia operavam em alta de 0,5 por cento, as ordinárias caíam 0,8 por cento, enquanto o Ibovespa avançava 0,6 por cento e o petróleo Brent tinha queda de 2 por cento.

Remuneração

Os resultados da empresa foram duramente impactados nos últimos anos a partir da descoberta do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, no início de 2014, que envolveu fraudes em contratos da petroleira para pagamento de propina a políticos e ex-executivos.

Segundo Parente, hoje a empresa é "muito diferente daquela que existia antes da Lava Jato".

Assim, a Petrobras informou nesta terça-feira que seu Conselho de Administração aprovou em reunião na véspera a distribuição de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), no valor de 652,2 milhões de reais, correspondente ao valor bruto de 0,05 real por ação.

A empresa pagará o JPC em 25 de maio, com base na posiçãoacionária de 21 de maio, interrompendo anos sem remunerar osacionistas.

Anteriormente, a remuneração ocorria com base em resultadosanuais. Mas prejuízos anuais desde 2014 impediram pagamento dedividendos aos acionistas nos últimos anos.

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