Negócios

Petrobras lucra R$ 9 bilhões no 3º trimestre, alta de 37%

A petroleira busca se focar na produção do pré-sal, já responsável por 60,4% da produção de óleo total da Petrobras no Brasil

Plataforma da Petrobras: No trimestre, a companhia bateu recordes de produção de óleo (Rich Press/Bloomberg)

Plataforma da Petrobras: No trimestre, a companhia bateu recordes de produção de óleo (Rich Press/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 21h26.

Última atualização em 25 de outubro de 2019 às 09h28.

São Paulo — A Petrobras reportou um lucro líquido de 9,1 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2019, alta de 36,8% ante o mesmo período de 2018. No acumulado do ano, o lucro líquido foi de 32 bilhões de reais, alta de 35% contra a 23,7 bilhões de reais no mesmo período do ano anterior.

Em relação ao trimestre anterior, o lucro sofreu queda de 51%. O resultado menor reflete a venda da Transportadora Associada de Gas (TAG) no segundo trimestre deste ano, o que impulsionou os resultados daquele período com aumento de capital de 21,4 bilhões de reais.

Já o Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização no período foi de 32,6 bilhões de reais , crescimento de 9,1% na comparação com igual período do ano anterior.

Excluindo itens não recorrentes, o lucro líquido no trimestre foi de 9,97 bilhões de reais , contra 12,4 bilhões de reais em igual período no ano anterior. Os itens não recorrentes totalizaram 1,5 bilhão de reais antes dos impostos no lucro líquido, com destaque para ganhos com a venda da BR Distribuidora, de 13,9 bilhões de reais, e perdas com contingências judiciais, de 2,9 bilhões de reais, e com impairment, de 2,4 bilhões de reais.

Produção recorde, queda nas receitas

No trimestre, a companhia bateu recordes de produção de óleo. Isso ajudou a impulsionar as exportações de óleo, gasolina e derivados.

As vendas de diesel no mercado interno cresceram, devido ao período da safra de grãos no Brasil. Além disso, a companhia vendeu mais gás natural e geração de energia elétrica, ambos influenciados pela piora das condições hidrológicas.

No entanto, a companhia teve queda de 13,5% nas receitas em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O principal motivo é a queda nos preços da gasolina no Brasil, que representa 20% das receitas no Brasil. A receita com vendas de gasolina foram de 9,3 bilhões de reais no trimestre, queda de 8,7% em relação ao trimestre anterior e 20,6% a menos em comparação ao mesmo período do ano passado.

 

Pré-sal

A petroleira está se desfazendo de ativos para focar na produção do pré-sal, já responsável por 60,4% da produção de óleo total da Petrobras no Brasil.

A produção média de petróleo e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Brasil cresceu 16,9% no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2018, para 2,3 milhões de barris por dia (bpd), em meio ao desenvolvimento da extração em novas plataformas, especialmente no pré-sal.

De acordo com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o pré-sal fez o custo médio de extração do petróleo ser menor do que US$ 10 por barril de óleo equivalente, e o custo caixa de extração no pré-sal alcançou nível recorde "sem precedentes", de US$ 5/BOE.

Foco

Castello Branco afirmou em mensagem aos acionistas que o resultado do terceiro trimestre já começa a refletir estratégia voltada para a criação de valor, com base principalmente no desempenho da produção do pré-sal.

Ele destacou que o fluxo de caixa operacional atingiu recorde histórico, de 32,8 bilhões de reais, e que a dívida bruta caiu para 90 bilhões de dólares , contra 101 bilhões de dólares em junho, "que era por acaso igual ao valor da dívida externa atual da Argentina", comparou.

Para reduzir custos e tornar a empresa mais eficiente, a Petrobras irá desocupar quatro prédios até o final do ano, passará de 18 escritórios fora do Brasil para somente cinco e lançou diversos programas de demissão voluntária, nos quais já se inscreveram mais de 2.000 funcionários.

Mesmo assim, Castello Branco afirma que a Petrobras ainda é uma empresa muito endividada, com custos altos e "numa indústria que se defronta com grandes desafios num cenário global de aceleração de mudanças e crescente interdependência entre diferentes atividades econômicas".

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