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Petrobras retomará leilões de gás em breve, diz Comgás

Certames de dezembro do ano passado e de janeiro foram suspensos e devem ser retomados no primeiro semestre

Petrobras: o mercado e a disponibilidade de gás enfrentarão restrições no curto prazo no caso de uma alta demanda do setor hidrelétrico, disse o diretor de Finanças da estatal (REUTERS/Bruno Domingos)
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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2013 às 16h54.

São Paulo - A Petrobras manifestou que irá retomar os leilões de curto prazo de gás natural, de acordo com o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Comgás, Roberto Lage. "Não sabemos se será em fevereiro, mas, certamente no primeiro semestre a Petrobras irá retomar os leilões", afirmou o executivo, que participou nesta quarta-feira de entrevista à imprensa sobre os resultados da Comgás em 2012.

Com a necessidade de fornecer grandes volumes de gás para o atendimento das termelétricas, que estão operando a plena capacidade para garantir o fornecimento de energia diante do baixo nível dos reservatórios, a Petrobras suspendeu os leilões de curto prazo. Não houve os certames previstos para dezembro de 2012 e janeiro deste ano. Para as distribuidoras de gás e seus clientes, o principal impacto negativo da medida é o encarecimento do custo do gás no mix de contratos detidos pelas concessionárias.

"O gás nos leilões estava saindo a custos competitivos, melhorando o mix do custo de gás da companhia. Isso, na prática, era melhor também para os clientes", explicou o executivo. De acordo com o balanço da Comgás, a compra de gás nos leilões, cujos preços são inferiores aos contratos de suprimento de longo prazo que as distribuidoras possuem com a Petrobras, trouxe uma economia para os seus clientes de R$ 171 milhões ao longo de 2012.

Embora ressalte que a Petrobras assegurou à Comgás o suprimento do insumo para atender à demanda neste ano e em 2014, Lage avalia que o setor atravessa um momento de limitação. "Considerando o mercado de maneira geral e a disponibilidade de gás, observamos que há restrições. A Petrobras mostra que há restrições no curto prazo se houver uma demanda muito forte do setor elétrico", disse. O executivo afirmou que a estatal tem recorrido a alternativas razoáveis para atender à demanda do mercado, como a importação de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Nesse sentido, o executivo aposta no desenvolvimento das reservas do pré-sal para atrair novos players ao mercado, de modo a ampliar a oferta do insumo no País. "Estamos bastante otimistas de que teremos infraestrutura e mais gás." Lage acrescentou que o desenvolvimento das reservas brasileiras de gás não convencional também apresenta boas perspectivas, sobretudo se o Brasil repetir o que acontece na indústria de gás dos Estados Unidos. "Eles passaram de importadores do insumo a exportadores com o desenvolvimento do shale gas."

O diretor da Comgás manifestou, no entanto, preocupação sobre como o potencial será desenvolvido. Ele citou que, usando como referência os EUA, o gás não convencional tende a ser mais barato que o gás convencional do pré-sal. "Um complementa o outro, mas temos que ver os custos. Teoricamente, o shale gas terá um custo mais baixo do que o gás convencional no Brasil, já que este é offshore. Isso porque é preciso usar uma infraestrutura para trazer o gás ou investir em plantas de liquefação, o que é muito caro."

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São Paulo - A Petrobras manifestou que irá retomar os leilões de curto prazo de gás natural, de acordo com o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Comgás, Roberto Lage. "Não sabemos se será em fevereiro, mas, certamente no primeiro semestre a Petrobras irá retomar os leilões", afirmou o executivo, que participou nesta quarta-feira de entrevista à imprensa sobre os resultados da Comgás em 2012.

Com a necessidade de fornecer grandes volumes de gás para o atendimento das termelétricas, que estão operando a plena capacidade para garantir o fornecimento de energia diante do baixo nível dos reservatórios, a Petrobras suspendeu os leilões de curto prazo. Não houve os certames previstos para dezembro de 2012 e janeiro deste ano. Para as distribuidoras de gás e seus clientes, o principal impacto negativo da medida é o encarecimento do custo do gás no mix de contratos detidos pelas concessionárias.

"O gás nos leilões estava saindo a custos competitivos, melhorando o mix do custo de gás da companhia. Isso, na prática, era melhor também para os clientes", explicou o executivo. De acordo com o balanço da Comgás, a compra de gás nos leilões, cujos preços são inferiores aos contratos de suprimento de longo prazo que as distribuidoras possuem com a Petrobras, trouxe uma economia para os seus clientes de R$ 171 milhões ao longo de 2012.

Embora ressalte que a Petrobras assegurou à Comgás o suprimento do insumo para atender à demanda neste ano e em 2014, Lage avalia que o setor atravessa um momento de limitação. "Considerando o mercado de maneira geral e a disponibilidade de gás, observamos que há restrições. A Petrobras mostra que há restrições no curto prazo se houver uma demanda muito forte do setor elétrico", disse. O executivo afirmou que a estatal tem recorrido a alternativas razoáveis para atender à demanda do mercado, como a importação de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Nesse sentido, o executivo aposta no desenvolvimento das reservas do pré-sal para atrair novos players ao mercado, de modo a ampliar a oferta do insumo no País. "Estamos bastante otimistas de que teremos infraestrutura e mais gás." Lage acrescentou que o desenvolvimento das reservas brasileiras de gás não convencional também apresenta boas perspectivas, sobretudo se o Brasil repetir o que acontece na indústria de gás dos Estados Unidos. "Eles passaram de importadores do insumo a exportadores com o desenvolvimento do shale gas."

O diretor da Comgás manifestou, no entanto, preocupação sobre como o potencial será desenvolvido. Ele citou que, usando como referência os EUA, o gás não convencional tende a ser mais barato que o gás convencional do pré-sal. "Um complementa o outro, mas temos que ver os custos. Teoricamente, o shale gas terá um custo mais baixo do que o gás convencional no Brasil, já que este é offshore. Isso porque é preciso usar uma infraestrutura para trazer o gás ou investir em plantas de liquefação, o que é muito caro."

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