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Petrobras não prevê emissão de dívida até 2º semestre

Nova York - A Petrobras não pretende emitir dívida no primeiro semestre deste ano, já que se concentra em uma capitalização através de mercados acionários, afirmou o diretor financeiro, Almir Barbassa, nesta terça-feira. A petroleira fez empréstimos junto a agências estatais e mercados de bônus para pagar pelos gastos de capital, que agora podem chegar […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Nova York - A Petrobras não pretende emitir dívida no primeiro semestre deste ano, já que se concentra em uma capitalização através de mercados acionários, afirmou o diretor financeiro, Almir Barbassa, nesta terça-feira.

A petroleira fez empréstimos junto a agências estatais e mercados de bônus para pagar pelos gastos de capital, que agora podem chegar a 220 bilhões de dólares até 2014, com o principal objetivo de ajudar a desenvolver a reservas de petróleo na região do pré-sal.

Parte desse investimento deve ser financiado por um plano de capitalização, que dará indiretamente ao governo novas ações em troca de direitos em campos petrolíferos. O governo vai pagar pelas ações com título públicos e a Petrobras devolverá esses títulos em troca de reservas não licitadas do pré-sal.

"Nós reservamos a primeira metade deste ano para fazer essa transação (aumento de capital)", disse Barbassa a repórteres, após uma apresentação a investidores em Nova York.

"Não pretendemos ir aos mercados nesse período porque estamos bastante confortáveis, financiados com todos os empréstimos que levantamos", completou ele.

A Petrobras espera conseguir até maio a aprovação no Congresso para o plano de capitalização, visando concluir a operação até o final de julho, antes das eleições presidenciais brasileiras, disse Barbassa.

O plano de capitalização já foi aprovado pela Câmara e agora será discutido no Senado.

Barbassa afirmou que a Petrobras não tem um plano alternativo se o Congresso não aprovar a capitalização.

"No momento, não estamos trabalhando com nenhuma outra possibilidade. Não temos motivo para acreditar que não será aprovado", disse ele.

Na semana passada, o gerente de Relações com Investidores da Petrobras, Alexandre Quintão, informou que se a capitalização não for aprovada no Congresso a empresa poderá emitir ações preferenciais ou mesmo reduzir o total de investimentos previstos até 2014.

As ações preferenciais da Petrobras caíam 0,17 por cento nesta terça-feira, para 34,84 reais, enquanto o Ibovespa operava estável.

Falando em um evento com executivos em São Paulo, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou que o resultado da eleição presidencial em novembro não vai afetar o plano de investimento da empresa.

"A Petrobras atingiu um grau de maturidade suficiente para não se ver prejudicada numa eventual mudança de governo. Mas o que eu acho importante é os candidatos definirem as suas propostas, o que eles gostariam de fazer com a Petrobras", disse ele.

Ele disse ainda que a empresa precisará adquirir novo capital para garantir a estabilidade de sua oferta de produtos refinados para o mercado doméstico.

"Nós tivemos muito sucesso no quesito da exploração nos últimos 10 a 12 anos, mas agora temos que passar para uma outra fase, o que eu chamo de desenvolvimento da produção", disse Gabrielli. "O refino é muito importante para o país porque permitiria evitar a chegada da doença holandesa aqui no país.", afirmou, reproduzindo um mantra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que, apesar do grande volume de petróleo descoberto na região pré-sal da bacia de Santos, o Brasil não será exportador de petróleo bruto e sim de derivados, que possuem maior valor agregado.

Viagem à China

Barbassa disse ainda que visitou a China na semana passada para se encontrar com empresários que estão interessados em produzir equipamentos para a Petrobras no Brasil, mas negou ter feito negociações para conseguir financiamentos adicionais do governo chinês.

"Esse não foi meu objetivo lá", disse ele.

Questionado se outros executivos da empresa estão trabalhando em um possível acordo com autoridades chinesas, ele respondeu: "Tudo no seu momento certo".

A Petrobras emprestou 10 bilhões de dólares o banco de desenvolvimento chinês em 2009, em uma transação que ligou pagamentos a envio de petróleo à China.

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