Novo plano de negócios deve manter a destinação de 5% dos negócios da empresa para a área internacional (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2011 às 14h55.
Rio de Janeiro – A Petrobras deve manter, nos próximos anos, sua linha de atuação na área internacional, sustentando os negócios já existentes, mas sem grande crescimento. A afirmação foi feita hoje (30) pelo diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, em entrevista à imprensa, durante o evento Rio Investors Day.
Segundo Barbassa, o novo plano de negócios ainda não foi fechado, mas deve manter a tendência do planejamento estratégico anterior, que destina 5% dos negócios da empresa para a área internacional.
Barbassa explicou que, na medida em que tomou conhecimento do potencial do pré-sal, o plano de negócios da Petrobras reorientou a parte do investimento internacional, que deixou de crescer e passou a se concentrar em pontos de maior interesse da companhia, como águas profundas, Costa Oeste da África e Golfo do México. Segundo ele, são áreas com maior potencial e maior adesão ao nível de conhecimento e à tecnologia desenvolvida pela empresa.
Na entrevista, Barbassa também disse que a Petrobras está conseguindo reduzir custos na perfuração de poços da camada pré-sal, com a redução do tempo gasto para o trabalho. Ele informou que o primeiro poço perfurado no pré-sal custou US$ 250 milhões (cerca de R$ 400 milhões). Agora, há poços sendo perfurados ao custo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 160 milhões).
De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, a empresa está estudando reinjetar o gás extraído dos campos do pré-sal no próprio reservatório, para ajudar a extrair o petróleo. O gás seria uma alternativa à água, que normalmente é injetada no campo para empurrar o petróleo do fundo do mar até a plataforma.
Ele também voltou a defender a política de preços de combustíveis da Petrobras, que consiste em não repassar ao combustível, no mercado doméstico, a volatilidade do preço internacional do petróleo. “É uma política vencedora. Nós preservamos o consumidor, produzimos caixa para a empresa e produzimos para o nosso acionista o mesmo resultado que outra empresa, que acompanhe a volatilidade, geraria”, disse.
Ao comentar a interdição da plataforma P-65 pelo Ministério do Trabalho, na semana passada, por falta de segurança, Barbassa disse que corrosões são comuns em plataformas, por causa do ambiente marítimo e que, por isso, a empresa faz manutenções periódicas nessas unidades. Esse era o caso, inclusive, da P-65, que estava em parada programada para manutenção. Segundo ele, a Petrobras tem investido alto na segurança de suas unidades.