Pela crise, dona da Schin terá primeiro prejuízo desde 1949
Segundo a companhia, a recessão e a política de preços devem fazer com que a perda operacional no Brasil seja 76% maior que o esperado originalmente
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 10h06.
Londres – O Brasil jogou água no chope da segunda maior cervejaria do Japão. A atualização das perspectivas financeiras da Kirin, dona das marcas Schin e Devassa, mostra que o mau desempenho da filial brasileira deve fazer com que a companhia japonesa registre em 2015 o primeiro prejuízo anual desde 1949.
Segundo a companhia, a recessão e a política de preços devem fazer com que a perda operacional no Brasil seja 76% maior que o esperado originalmente.
Quando a japonesa Kirin divulgou o balanço do terceiro trimestre, em 30 de outubro, a empresa anunciou aos investidores que esperava terminar 2015 com lucro de 58 bilhões de ienes — cerca de R$ 1,9 bilhão. Hoje, porém, os sinais foram invertidos.
Agora, prevê prejuízo de 56 bilhões de ienes — cerca de R$ 1,8 bilhão. Confirmada a cifra, será o primeiro prejuízo desde o lançamento das ações da Kirin na bolsa de Tóquio, em 1949.
A mudança dos sinais é explicada principalmente pelo que acontece em Itu, sede da Brasil Kirin. Até o terceiro trimestre, a controladora esperava perda operacional de R$ 273 milhões no mercado brasileiro.
Nesta segunda-feira, a previsão de prejuízo saltou 75,8%, para R$ 480 milhões.
A empresa explica que revisou mais uma vez o cenário para o Brasil diante da recessão e dos custos crescentes gerados pela estratégia de preços e pela atividade de vendas em um mercado de forte concorrência. "Há ainda mais estagnação no consumo e o tamanho do aumento de preços dos concorrentes foi menor que o esperado", diz a empresa no comunicado ao mercado japonês.
Quando convertidas para o iene japonês, as vendas no Brasil caíram 23,4% nos nove primeiros meses do ano na comparação com 2014. Além disso, a Kirin diz que tem feito provisões mais conservadoras sobre eventuais perdas de recebíveis de alguns atacadistas.
Ativos
A empresa também anunciou que está executando um processo de reavaliação do valor dos ativos que foram adquiridos da Schincariol em 2011. Haverá baixa pela reavaliação do ágio estimada em R$ 3,881 bilhões ou cerca de 141,2 bilhões de ienes.
O ajuste não vai afetar o fluxo de caixa no País, mas reduzirá o tamanho dos ativos brasileiros da empresa — com perda de 114 bilhões de ienes que será absorvida pelo balanço da Kirin Holdings.
Ao explicar a reavaliação do valor dos ativos no Brasil, a empresa nota que quando comprou a empresa do interior paulista havia expectativa de que a economia brasileira continuasse crescendo "com um dígito alto" nos anos seguintes. Agora, a previsão é que a estagnação continue por vários anos.
Sobre o câmbio, a Kirin previa real estável e atualmente trabalha com a continuidade da desvalorização. A empresa também esperava crescer no ritmo dos concorrentes, mas, diante da grande concorrência, trabalha agora com a hipótese de que continuará avançando menos que o mercado.
Com a baixa integral do ágio pago pela empresa de Itu, a cervejaria japonesa informa que não haverá depreciação adicional por ágio no próximo ano e nos balanços seguintes.
Londres – O Brasil jogou água no chope da segunda maior cervejaria do Japão. A atualização das perspectivas financeiras da Kirin, dona das marcas Schin e Devassa, mostra que o mau desempenho da filial brasileira deve fazer com que a companhia japonesa registre em 2015 o primeiro prejuízo anual desde 1949.
Segundo a companhia, a recessão e a política de preços devem fazer com que a perda operacional no Brasil seja 76% maior que o esperado originalmente.
Quando a japonesa Kirin divulgou o balanço do terceiro trimestre, em 30 de outubro, a empresa anunciou aos investidores que esperava terminar 2015 com lucro de 58 bilhões de ienes — cerca de R$ 1,9 bilhão. Hoje, porém, os sinais foram invertidos.
Agora, prevê prejuízo de 56 bilhões de ienes — cerca de R$ 1,8 bilhão. Confirmada a cifra, será o primeiro prejuízo desde o lançamento das ações da Kirin na bolsa de Tóquio, em 1949.
A mudança dos sinais é explicada principalmente pelo que acontece em Itu, sede da Brasil Kirin. Até o terceiro trimestre, a controladora esperava perda operacional de R$ 273 milhões no mercado brasileiro.
Nesta segunda-feira, a previsão de prejuízo saltou 75,8%, para R$ 480 milhões.
A empresa explica que revisou mais uma vez o cenário para o Brasil diante da recessão e dos custos crescentes gerados pela estratégia de preços e pela atividade de vendas em um mercado de forte concorrência. "Há ainda mais estagnação no consumo e o tamanho do aumento de preços dos concorrentes foi menor que o esperado", diz a empresa no comunicado ao mercado japonês.
Quando convertidas para o iene japonês, as vendas no Brasil caíram 23,4% nos nove primeiros meses do ano na comparação com 2014. Além disso, a Kirin diz que tem feito provisões mais conservadoras sobre eventuais perdas de recebíveis de alguns atacadistas.
Ativos
A empresa também anunciou que está executando um processo de reavaliação do valor dos ativos que foram adquiridos da Schincariol em 2011. Haverá baixa pela reavaliação do ágio estimada em R$ 3,881 bilhões ou cerca de 141,2 bilhões de ienes.
O ajuste não vai afetar o fluxo de caixa no País, mas reduzirá o tamanho dos ativos brasileiros da empresa — com perda de 114 bilhões de ienes que será absorvida pelo balanço da Kirin Holdings.
Ao explicar a reavaliação do valor dos ativos no Brasil, a empresa nota que quando comprou a empresa do interior paulista havia expectativa de que a economia brasileira continuasse crescendo "com um dígito alto" nos anos seguintes. Agora, a previsão é que a estagnação continue por vários anos.
Sobre o câmbio, a Kirin previa real estável e atualmente trabalha com a continuidade da desvalorização. A empresa também esperava crescer no ritmo dos concorrentes, mas, diante da grande concorrência, trabalha agora com a hipótese de que continuará avançando menos que o mercado.
Com a baixa integral do ágio pago pela empresa de Itu, a cervejaria japonesa informa que não haverá depreciação adicional por ágio no próximo ano e nos balanços seguintes.