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PDG Realty reestrutura operações, não descarta novos ajustes

Construtora e incorporadora está apostando na revisão detalhada de suas operações para voltar aos trilhos


	 

	PDG vem lutando por trimestres consecutivos contra estouros de orçamento, atrasos de entregas e redução de lançamentos
 (EDUARDO MONTEIRO)

  PDG vem lutando por trimestres consecutivos contra estouros de orçamento, atrasos de entregas e redução de lançamentos (EDUARDO MONTEIRO)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 12h29.

São Paulo - A construtora e incorporadora PDG Realty está apostando na revisão detalhada de suas operações para voltar aos trilhos, plano que inclui o cancelamento da projeção de lançamentos para 2012 e a possibilidade de novos ajustes de custos.

Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, o presidente-executivo da PDG, Carlos Piani, afirmou que "sim, é possível ter novas revisões de custos em projetos em construção".

"Apesar do trabalho feito pela administração anterior, estamos revisando tudo", acrescentou o executivo, que assumiu o comando da companhia em setembro, no lugar de Zeca Grabowsky, que ocupou o posto por seis anos.

A PDG vem lutando por trimestres consecutivos contra estouros de orçamento, atrasos de entregas e, consequentemente, redução de lançamentos, buscando priorizar venda de estoques e normalização das entregas, com foco em rentabilidade e redução de despesas.

Nesse sentido, a nova administração, que contou também com a ida de Marco Racy Kheirallah para o cargo de diretor financeiro e de Relação com Investidores, decidiu revisar detalhadamente o orçamento de todas as obras em curso para, depois, divulgar um plano de negócios com novos objetivos de longo prazo.

O resultado deste trabalho, conforme Piani, deve ser apresentado juntamente com o balanço do quarto trimestre, em 2013, ano em que os efeitos também devem começar a aparecer.

"O ano de 2013 vai ser muito bom para a companhia, vai ser o ano que refletirá a nova gestão e o início de uma nova fase", disse ele à Reuters, ressaltando que os resultados do quarto trimestre ainda não devem ser vistos como referência da nova administração.

O novo plano, que pode incluir a venda de ativos menores não fundamentais para a empresa, tem como uma das principais prioridades a redução das despesas administrativas que, segundo Piani, "estão muito acima do que esperamos para o futuro".

As despesas gerais e administrativas somaram 142 milhões de reais no terceiro trimestre, alta anual de 35,1 por cento, enquanto as com vendas ficaram em 62,3 milhões.


"Estamos muito no início do processo de redução de despesas... mas este é o foco principal da empresa", disse o executivo. "Não vemos qualquer cenário de aumento de despesas em relação ao nível atual... elas irão ceder".

A PDG também optou por cancelar a projeção de lançamentos para este ano, que era de 4 bilhões a 5 bilhões de reais. Tal estimativa, contudo, já era fruto de um corte feito em julho, contra previsão anterior de 8 bilhões a 9 bilhões de reais. No início do ano, a companhia previa lançamentos entre 9 bilhões e 11 bilhões de reais para 2012.

"O foco da companhia não é para atingir 'guidance' de lançamentos, estamos focando em planejar o futuro", disse Piani. Segundo ele, a empresa também está estudando se voltará a traçar projeções em 2013.

"O ciclo do setor é plurianual... estamos discutindo formas de subsidiar o mercado com alguns parâmetros, mas mais alinhadas com a natureza do nosso negócio", afirmou.

Após enfrentar uma série de ajustes ao longo do ano passado, a PDG já havia sinalizado que tinha como meta para 2012 colocar suas operações em ordem, com foco em vendas e reestruturação interna.

"A imagem da companhia não foi afetada pelas mudanças que estamos fazendo", assinalou Piani.

A reestruturação das operações da PDG ocorre após aporte de 796 milhões de reais pela gestora de recursos Vinci Partners por meio de bônus de subscrição. Nesta sexta-feira, Piani descartou a possibilidade de outro aumento de capital.

Na quinta-feira, a PDG apresentou lucro líquido de 27,1 milhões de reais para o terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de 450 milhões do segundo trimestre, mas 89,5 por cento menor ao ganho de igual período de 2011.

Nesta sexta-feira, as ações da empresa se desvalorizavam na Bovespa e, às 12h22, caíam 3,8 por cento, a 3,02 reais, enquanto o Ibovespa recuava 0,55 por cento.

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