Para Itaú, tomar menos riscos compensa nos ganhos
Segundo analistas, lucro líquido recorrente do banco deverá subir 14 por cento no período de julho a setembro, para R$ 3,79 bilhões
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 21h35.
São Paulo - O Itaú Unibanco Holding SA , o maior banco da América Latina em valor de mercado, provavelmente registrará seu lucro mais alto em dois anos após a inadimplência nos pagamentos cair pelo quinto trimestre seguido.
O lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, deverá subir 14 por cento no período de julho a setembro, para R$ 3,79 bilhões (US$ 1,72 bilhão), no banco com sede em São Paulo, segundo oito analistas consultados pela Bloomberg.
“O principal componente para os lucros do Itaú no terceiro trimestre podem ser as menores provisões para empréstimos ruins”, disse Carlos Daltozo, analista da unidade de investimentos bancários do Banco do Brasil SA em São Paulo, em entrevista por telefone em 23 de outubro. O analista espera que o Itaú reporte uma receita líquida de R$ 3,87 bilhões e despesas com provisão de R$ 4,82 bilhões.
Os ganhos do Itaú no terceiro trimestre, que reporta lucro em 29 de outubro, e do Banco Bradesco SA, que emitiu resultados em 21 de outubro, mostram que suas estratégias para conter o crescimento dos empréstimos e o foco em hipotecas de baixo risco e crédito consignado estão dando resultado. O Bradesco registrou receita líquida recorde enquanto reserva menos dinheiro para cobrir empréstimos ruins e o Itaú pode reportar a mais baixa taxa de moratória em cinco anos, segundo estimativas dos analistas.
O Itaú e o Bradesco ajustaram suas estratégias depois que as taxas de moratória de empréstimos ao consumidor atingiram um recorde de 8,18 por cento em maio de 2012. A inadimplência seguiu acima de 8 por cento por mais cinco meses antes de cair e atingir a maior baixa em dois anos em agosto, de 7,06 por cento, segundo dados do Banco Central.
Ações do Itaú
O Itaú subiu 9,8 por cento neste ano, contra um ganho de 1,3 por cento do Bradesco, o segundo maior banco do país em valor de mercado.
A taxa de moratória do banco, de 4 por cento, seria a mais baixa desde o quarto trimestre de 2008, quando a empresa comprou a União de Bancos Brasileiros SA, conhecida como Unibanco. A taxa mais baixa dará “campo para despesas de provisão ainda mais baixas”, escreveram analistas da Grupo Bursátil Mexicano SA na semana passada. Uma melhora na qualidade dos ativos foi uma das razões pelas quais a Banco Santander Brasil SA subiu a classificação do Itaú para “compra” em relação à de “manutenção” da semana passada.
“A qualidade do crédito deve ser o principal destaque positivo do trimestre, com os empréstimos inadimplentes há 90 dias caindo 20 pontos-base em relação ao trimestre anterior”, escreveram analistas da Bradesco Corretora SA, incluindo Carlos Firetti, em um relatório de 14 de outubro. “As despesas com insolvência devem registrar uma queda nominal de 1,9 por cento no trimestre”.
O Itaú espera registrar provisões na faixa mais baixa de sua estimativa em 2013, entre R$ 19 bilhões e R$ 22 bilhões, disse Rogério Calderon, vice-presidente-executivo e chefe de relações com investidores do banco, em julho.
A Votorantim Corretora estima que o Itaú registrará um “crescimento fraco em empréstimos”, no terceiro trimestre enquanto os empréstimos com spreads mais baixos ocupam uma parcela maior do portfólio do banco. Isso reduzirá a receita líquida com juros do Itaú, que é a receita dos juros ganhos com ativos contra pagamentos aos depositantes, segundo a Votorantim Corretora.
“A receita líquida com juros deverá crescer apenas 2,1 por cento trimestre a trimestre, enquanto contrairá 8,5 por cento em uma base ano a ano”, escreveram analistas da Votorantim, incluindo Renato Schuetz, na semana passada. Eles estimam que o Itaú reportará uma receita líquida de R$ 3,72 bilhões no terceiro trimestre.
A qualidade dos ativos melhorou em bancos que não são estatais à medida que eles expandiram o empréstimo a um ritmo mais lento, disse Daltozo, do Banco do Brasil.
O Itaú, o Bradesco e o Santander Brasil “detectaram uma crescente demanda por crédito no final de setembro, e em outubro a demanda foi ainda maior”, disse ele.
“O Itaú pode registrar uma das recuperações mais fortes em lucros pós-provisão entre os bancos que nós cobrimos”, escreveram analistas do Santander, incluindo Boris Molina, no relatório. “Assuntos de qualidade de ativos foram deixados para trás”.
São Paulo - O Itaú Unibanco Holding SA , o maior banco da América Latina em valor de mercado, provavelmente registrará seu lucro mais alto em dois anos após a inadimplência nos pagamentos cair pelo quinto trimestre seguido.
O lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, deverá subir 14 por cento no período de julho a setembro, para R$ 3,79 bilhões (US$ 1,72 bilhão), no banco com sede em São Paulo, segundo oito analistas consultados pela Bloomberg.
“O principal componente para os lucros do Itaú no terceiro trimestre podem ser as menores provisões para empréstimos ruins”, disse Carlos Daltozo, analista da unidade de investimentos bancários do Banco do Brasil SA em São Paulo, em entrevista por telefone em 23 de outubro. O analista espera que o Itaú reporte uma receita líquida de R$ 3,87 bilhões e despesas com provisão de R$ 4,82 bilhões.
Os ganhos do Itaú no terceiro trimestre, que reporta lucro em 29 de outubro, e do Banco Bradesco SA, que emitiu resultados em 21 de outubro, mostram que suas estratégias para conter o crescimento dos empréstimos e o foco em hipotecas de baixo risco e crédito consignado estão dando resultado. O Bradesco registrou receita líquida recorde enquanto reserva menos dinheiro para cobrir empréstimos ruins e o Itaú pode reportar a mais baixa taxa de moratória em cinco anos, segundo estimativas dos analistas.
O Itaú e o Bradesco ajustaram suas estratégias depois que as taxas de moratória de empréstimos ao consumidor atingiram um recorde de 8,18 por cento em maio de 2012. A inadimplência seguiu acima de 8 por cento por mais cinco meses antes de cair e atingir a maior baixa em dois anos em agosto, de 7,06 por cento, segundo dados do Banco Central.
Ações do Itaú
O Itaú subiu 9,8 por cento neste ano, contra um ganho de 1,3 por cento do Bradesco, o segundo maior banco do país em valor de mercado.
A taxa de moratória do banco, de 4 por cento, seria a mais baixa desde o quarto trimestre de 2008, quando a empresa comprou a União de Bancos Brasileiros SA, conhecida como Unibanco. A taxa mais baixa dará “campo para despesas de provisão ainda mais baixas”, escreveram analistas da Grupo Bursátil Mexicano SA na semana passada. Uma melhora na qualidade dos ativos foi uma das razões pelas quais a Banco Santander Brasil SA subiu a classificação do Itaú para “compra” em relação à de “manutenção” da semana passada.
“A qualidade do crédito deve ser o principal destaque positivo do trimestre, com os empréstimos inadimplentes há 90 dias caindo 20 pontos-base em relação ao trimestre anterior”, escreveram analistas da Bradesco Corretora SA, incluindo Carlos Firetti, em um relatório de 14 de outubro. “As despesas com insolvência devem registrar uma queda nominal de 1,9 por cento no trimestre”.
O Itaú espera registrar provisões na faixa mais baixa de sua estimativa em 2013, entre R$ 19 bilhões e R$ 22 bilhões, disse Rogério Calderon, vice-presidente-executivo e chefe de relações com investidores do banco, em julho.
A Votorantim Corretora estima que o Itaú registrará um “crescimento fraco em empréstimos”, no terceiro trimestre enquanto os empréstimos com spreads mais baixos ocupam uma parcela maior do portfólio do banco. Isso reduzirá a receita líquida com juros do Itaú, que é a receita dos juros ganhos com ativos contra pagamentos aos depositantes, segundo a Votorantim Corretora.
“A receita líquida com juros deverá crescer apenas 2,1 por cento trimestre a trimestre, enquanto contrairá 8,5 por cento em uma base ano a ano”, escreveram analistas da Votorantim, incluindo Renato Schuetz, na semana passada. Eles estimam que o Itaú reportará uma receita líquida de R$ 3,72 bilhões no terceiro trimestre.
A qualidade dos ativos melhorou em bancos que não são estatais à medida que eles expandiram o empréstimo a um ritmo mais lento, disse Daltozo, do Banco do Brasil.
O Itaú, o Bradesco e o Santander Brasil “detectaram uma crescente demanda por crédito no final de setembro, e em outubro a demanda foi ainda maior”, disse ele.
“O Itaú pode registrar uma das recuperações mais fortes em lucros pós-provisão entre os bancos que nós cobrimos”, escreveram analistas do Santander, incluindo Boris Molina, no relatório. “Assuntos de qualidade de ativos foram deixados para trás”.