O Grupo Pão de Açúcar pretende dobrar o número de lojas com a bandeira Assai até o final do ano, atingindo 29 unidades. Em novembro do ano passado, quando seu fundador, Rodolfo Nagai, vendeu 60% do grupo para Abílio Diniz por 208 milhões de reais, o Assai contava com 14 lojas. Desde então, outras duas lojas foram inauguradas.

O 17º estabelecimento será aberto nesta terça-feira (1º/7) no município paulista de Cotia - região metropolitana de São Paulo. No projeto, foram investidos 10 milhões de reais. Com uma área de vendas de 2.500 metros quadrados, a loja contará com 10.000 itens em todos os departamentos. O segmento de marca própria terá 500 itens, entre embutidos, lácteos e mercearia.

Atualmente, o Pão de Açúcar opera 577 lojas em 14 estados. No ano passado, as vendas brutas somaram 17,6 bilhões de reais. O grupo pretende investir 733 milhões de reais neste ano para abrir um total de 91 pontos de venda, entre super e hipermercados e postos de gasolina.

Embora as lojas do Assai que deverão ser abertas neste representem apenas 15% do total de novas unidades previstas, o segmento em que a rede atua é considerado estratégico para o Pão de Açúcar. Ao apresentar os motivos do negócio, em novembro, o grupo lembrou que o atacarejo (misto de atacadista e varejista) cresceu a uma média anual de 9,4% nos últimos cinco anos. Além disso, o faturamento por metro quadrado de loja do Assai, no ano passado, equivalia a 2.650 reais por mês - o dobro da média dos varejistas brasileiros.

A força do atacarejo foi responsável, também, por uma surpreendente virada do ranking brasileiro de varejistas. Em abril do ano passado, o Carrefour tomou a liderança do mercado do Pão de Açúcar, ao comprar o Atacadão. A aquisição de 60% do Assai, em novembro foi a resposta do Pão de Açúcar ao avanço dos franceses.

Até o momento, porém, o efeito mais visível da parceria com o Assai foi a queda nas margens do Grupo Pão de Açúcar. De acordo com o relatório de resultados do primeiro trimestre, com o impacto da incorporação do Assai nas contas da empresa, a margem bruta ficou em 26,2%, uma queda de 1,6 ponto percentual sobre os 27,8% do mesmo período do ano passado. Sem o Assai, a margem ficaria em 27,1%, segundo o relatório, que lembra que o Assai opera com margens menores que as do Pão de Açúcar. Entre janeiro e março, a margem bruta do Assai foi de 13,2%. O mesmo ocorre com a margem de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Com o Assai, esse indicador ficou em 7,1%, ante 7,4% sem o novo parceiro. No primeiro trimestre de 2007, a margem foi de 6,7%.

No primeiro trimestre, o Assai respondeu por 6,2% do faturamento do Pão de Açúcar, contribuindo com vendas brutas de 307,3 milhões de reais. O lucro bruto da operação foi de 34,8 milhões de reais.