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Pão de Açúcar quer lucrar com prédios - e não é só com os dos supermercados

Grupo lança projeto imobiliário e estuda mais 25 para os próximos três anos – edifícios serão construídos nos terrenos que já possuem lojas da rede

Projeto do Thera Faria Lima: o Pão de Açúcar calcula que tem um potencial imobiliário de 1 milhão de metros quadrados – em terrenos que já possuem seus supermercados. (reprodução)

Projeto do Thera Faria Lima: o Pão de Açúcar calcula que tem um potencial imobiliário de 1 milhão de metros quadrados – em terrenos que já possuem seus supermercados. (reprodução)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2011 às 12h31.

São Paulo - O grupo Pão de Açúcar resolveu acompanhar o boom imobiliário e aproveitar ainda mais os terrenos de seus supermercados. Através de parcerias com construtoras, o braço imobiliário da empresa, o GPA M&P, vai construir edifícios junto a supermercados do grupo. O Pão de Açúcar calcula que hoje tenha um potencial imobiliário de 1 milhão de metros quadrados – em terrenos que já possuem seus supermercados.

“Não tínhamos feito nada porque o mercado imobiliário não era lá grande coisa”, disse Caio Mattar, CEO da GPA M&P (Malls & Properties). O Grupo Pão de Açúcar criou esse braço imobiliário em 2009. O Grupo Pão de Açúcar lança nesta semana, em São Paulo, o Thera Faria Lima, seu primeiro empreendimento imobiliário em parceria com uma incorporadora, a Cyrela.

Mattar afirmou que durante muitos anos defendeu que a empresa tinha um grande potencial imobiliário – e a equipe financeira queria saber como mostrar isso para o mercado.

Se quando Mattar entrou no Grupo, há cerca de vinte anos, ele encontrou como máxima a frase “concentre, corte e simplifique”, agora, no braço que lidera, predomina o "sweat the asset" (suar os ativos, em uma tradução literal. “Tirar tudo que nosso ativos tem”, disse.

Parcerias

O Thera Faria Lima não é, no entanto, o primeiro empreendimento do Grupo Pão de Açúcar. Um teste já foi feito na cidade de São Paulo junto à loja Extra no Jaguaré, onde foram construídas seis torres residenciais. Os edifícios ficaram prontos há dois anos. Desde a inauguração da loja, em 2002, até hoje, as vendas dobraram, segundo Mattar, que credita parte do aumento aos 380 apartamentos.

O modelo adotado é o mesmo do Thera Faria Lima e dos outros empreendimentos que serão lançados: parceria com construtoras. O Pão de Açúcar entra com o terreno e o supermercado e a construtora faz o edifício - a rede fica com uma participação sobre a venda das unidades. A empresa não divulga qual a participação. “Nós não temos a pretensão de construir nem de entender disso”, disse Mattar.

Para Mattar, como o supermercado gera movimento em uma região, o segredo é comprar terrenos em áreas que não são muito valorizadas. “Onde você coloca o hiper tudo em volta muda e se valoriza”, disse. A ideia da GPA Malls & Properties é comprar terrenos em regiões novas, fazer o hipermercado e, quando a região estiver valorizada, procurar um parceiro para o empreendimento imobiliário. “E com o dinheiro da nossa parte das vendas, compramos outros terrenos e fazemos mais mercados”, disse. Dentro dos shoppings, por exemplo, o resultado das lojas não é tão positivo, “nossas lojas em shoppings nunca foram um sucesso”, disse Mattar.

A GPA Malls & Properties planeja mais dois lançamentos para 2011 e estuda 25 projetos para os próximos três anos. Entre as localidades estudadas estão as principais capitais do país. De minimercados a hipermercados, são 615 lojas e a previsão é lançar 80 novas lojas no próximo ano - a projeção do Grupo Pão de Açúcar é lançar 120 lojas por ano. Do total, 30% podem ter edifícios acoplados. A previsão de receitas é muito grande, segundo Mattar, mas ele não detalha os valores. 

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