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Pão de Açúcar desacelera crescimento nas lojas no 1º tri

De janeiro a março, as vendas brutas consolidadas nas mesmas lojas avançaram 6,3% ante igual período de 2013


	Loja do Pão de Açúcar: segundo o grupo, mercearia e peixaria foram negativamente impactadas em função do deslocamento da Páscoa para o segundo trimestre
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI/EXAME)

Loja do Pão de Açúcar: segundo o grupo, mercearia e peixaria foram negativamente impactadas em função do deslocamento da Páscoa para o segundo trimestre (ALEXANDRE BATTIBUGLI/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 16h26.

São Paulo - As vendas brutas do Grupo Pão de Açúcar no primeiro trimestre desaceleraram nas mesmas lojas, critério que considera apenas as unidades abertas há mais de um ano, num resultado atribuído pela maior varejista do Brasil ao efeito calendário.

Entre janeiro e março, as vendas brutas consolidadas nas mesmas lojas avançaram 6,3 por cento ante igual período do ano passado, recuo sobre o avanço de 10,8 por cento mostrado no trimestre anterior, também na comparação anual.

"Algumas categorias como mercearia e peixaria foram negativamente impactadas em função do deslocamento da Páscoa para o segundo trimestre", disse a companhia.

No primeiro trimestre, as vendas na categoria de alimentos cresceram apenas 3 por cento nas mesmas lojas, ante 9,8 por cento no quarto trimestre de 2013. Sem o efeito calendário, disse a companhia, o aumento teria sido de 6 por cento nos três primeiros meses de 2014 sobre igual etapa do ano passado.

Maior concorrente do GPA, o Carrefour divulgou na quinta-feira um avanço de 6,4 por cento nas vendas nas mesmas lojas no Brasil, numa aceleração ante o crescimento de 5,6 por cento do último trimestre de 2013.

Em relatório, o analista Richard Cathcart, do Espírito Santo Investment Bank, viu a diferença entre as duas companhias como uma "decepção" nos dados mostrados pelo GPA, em meio a um desempenho geral de vendas considerado "decente".

"Achamos que o Carrefour deve provavelmente ter se beneficiado da recente alta na inflação de alimentos, dada sua maior exposição ao formato de atacado de autosserviço (correspondente a 50 por cento das vendas, ante 23 por cento para o GPA Alimentar)", escreveu Cathcart.

Enquanto o Carrefour opera a rede Atacadão no país, líder no segmento, o GPA é dono do Assaí. Com as bandeiras, ambos dão foco à oferta de preços mais em conta para pequenos varejistas e pessoas físicas, contando, para isso, com uma estrutura de serviços mais enxuta.


Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou que a inflação medida pelo IPCA subiu 0,92 por cento em março, somando 6,15 por cento no acumulado de 12 meses, mesmo após um ano de aumento da taxa básica de juro pelo Banco Central para conter os preços.

VENDAS LÍQUIDAS No front das vendas líquidas, por outro lado, o GPA conseguiu aumento de dois dígitos, apoiado pela inauguração de 124 lojas nos últimos 12 meses, sendo 21 delas no primeiro trimestre. As vendas líquidas consolidadas avançaram 11,9 por cento sobre um ano antes, a 14,97 bilhões de reais.

Os maiores destaques ficaram com a divisão de comércio eletrônico Nova Pontocom e com a rede de autosserviço Assaí, que viram a receita líquida avançar 52,6 e 40,4 por cento no período, respectivamente.

Às 15h11, as ações do GPA operavam praticamente em linha com o Ibovespa, avançando 1,31 por cento, contra alta de 1,41 por cento do principal índice da bolsa paulista.

Enquanto o GPA Alimentar mostrou crescimento de 11,4 por cento na receita líquida do primeiro trimestre, a 8,22 bilhões de reais, a Via Varejo --empresa de móveis e eletroeletrônicos do grupo-- viu uma alta de 5,8 por cento na mesma linha, a 5,44 bilhões de reais.

Segundo o GPA, as bandeiras Pão de Açúcar e Extra apresentaram desempenho "em linha com as expectativas da companhia e seguem ganhando participação de mercado".

A empresa também disse que o desempenho da Via Varejo veio dentro do esperado "para esse período que não registrou eventos comerciais relevantes".

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