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Panamá apreende mais de US$ 13 milhões no caso Odebrecht

A construtora financiou ilegalmente com US$ 16 milhões a campanha do candidato derrotado, José Domingo Arias, nas eleições de 2014

Odebrecht: do total, US$ 10 milhões estão "em nome de uma empresa de construção brasileira" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 12 de maio de 2017 às 08h21.

Panamá - A Promotoria Especializada Anticorrupção, que investiga o caso Odebrecht , no Panamá, informou na quinta-feira que apreendeu mais de US$ 13 milhões em contas bancárias.

Do total, US$ 10 milhões estão "em nome de uma empresa de construção brasileira"; US$ 485.212 e US$ 10.766 em duas contas de um gerente da empresa que não foi identificado, e US$ 3,2 milhões em uma conta "de valores fixos", disse o Ministério Público (MP), em um comunicado onde não deu mais detalhes dos fundos.

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O setor especializado foi criado para lidar os casos e denúncias contra a Odebrecht, após a descoberta do escândalo do pagamento de propinas, e passou esta informação após a divulgação do conteúdo da delação da publicitária Mônica Moura.

Ela afirmou que a construtora, em um acordo com o então presidente panamenho, Ricardo Martinelli (2009-2014), financiou ilegalmente com US$ 16 milhões a campanha do candidato derrotado, José Domingo Arias, nas eleições de 2014, vencida pelo atual mandatário, Juan Carlos Varela.

As delações de Mônica e de seu esposo, o também publicitário João Santana, foram divulgadas na quinta, depois que o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), retirasse o sigilo dos testemunhos.

No Panamá, a investigação começou após a denúncia do ex-controlador Alvin Weeden, em setembro de 2015, sobre empresas panamenhas que foram utilizadas para transferências de dinheiro ligadas a Lava Jato, diz a Promotoria.

Mônica Moura e João Santana, responsáveis pelas campanhas vencedoras do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2006 (com Luiz Inácio Lula da Silva), 2010 e 2014 (com Dilma Rousseff), chegaram a um acordo para colaborar com a Justiça, em troca pelas redução de suas condenações.

Segundo o casal, a maior parte dos recursos para a campanha eleitoral de Arias foi paga ilegalmente pela Odebrecht com recursos não declarados e depósitos feitos no exterior.

A publicitária disse em sua delação que seus trabalhos no Panamá foram intermediados pelo diretor-geral da Odebrecht no país, André Rabello, quem os contatou pedindo ajuda para o candidato apoiado por Martinelli.

A Odebrecht é a principal empreiteira do Panamá e desde que chegou ao país, em 2007, executou projetos de que superam os US$ 9 bilhões.

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