Quem concorreu com Steve Jobs ao título de CEO da década
Segundo o site MarketWatch, do The Wall Street Journal, leitores destacaram executivos “revolucionários”
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 16h26.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h37.
São Paulo - Quando Howard Schultz comprou a Starbucks, em 1987, a empresa era apenas uma pequena rede local de cafeterias. Cinco anos depois, a companhia já contava com 165 lojas e realizava sua abertura de capital, na qual levantou 300 milhões de dólares. Schultz permaneceu à frente da Starbucks até 2000, quando se afastou do dia-a-dia e delegou sua direção a um executivo contratado. Em fevereiro de 2007, porém, Schultz manifestou preocupação com os rumos do negócio, em uma famosa mensagem conhecida como o “memorando do Dia de São Valentino”. Nada amoroso, o empresário afirmava que a Starbucks corria o risco de se perder, diante do avanço das máquinas de café expresso e do design das lojas, entre outros fatores. Em janeiro de 2008, Schultz estava de volta ao comando da operação. Nestes dois anos, o empresário ressuscitou as ações da Starbucks na bolsa, reanimou as vendas, entrou no mercado de cafés instantâneos, retraçou os planos para a China e trouxe novamente o velho espírito da Starbucks para as lojas.
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, baseia a administração do maior site de comércio eletrônico do mundo em quatro princípios aparentemente muito simples: 1) tenha obsessão pelo cliente; 2) seja criativo; 3) pense no longo prazo; 4) aja sempre como se fosse o primeiro dia de sua empresa. Seguindo essa linha de trabalho, Bezos liderou uma virada da Amazon, que passou de um site de venda de livros para um verdadeiro varejista online, oferecendo toda sorte de produtos. Na última década, a receita cresceu, em média, 32% ao ano. Desde que registrou seu primeiro lucro, em 2002, o lucro operacional da empresa cresce cerca de 72% ao ano.
O engenheiro Tim Solso passou 30 anos trabalhando em várias posições na Cummins, antes de atingir o topo da companhia em 2000. Em menos de dois anos, sua capacidade de crescer em meio à crise foi posta à prova. O estouro da bolha da internet e os ataques terroristas do 11 de setembro jogaram os Estados Unidos na recessão. De acordo com o MarketWatch do The Wall Street Journal, o que garantiu a Solso um lugar entre os finalistas ao prêmio CEO da década foi a sua perspicácia, aliada à perseverança, preocupação com a sustentabilidade e a adesão à comunidade. Desde que assumiu o comando da Cummins, o executivo elevou o valor de mercado da companhia de 2 bilhões de dólares para 20 bilhões.
Quando foi contratado para presidir o Google, em 2001, Eric Schmidt defrontou-se com a tarefa de transformar uma empresa fundada por jovens universitários em um negócio capaz de encantar os tubarões de Wall Street – sem, contudo, perder o jeitão descolado da empresa, que ainda fascina e influencia o estilo de gestão de companhias em todo o mundo. Tido como indiferente e, muitas vezes, arrogante, o fato é que Schmidt capitaneou importantes momentos do maior site de buscas do mundo – a ponto de a companhia, hoje, já ensaiar passos estratégicos fora de seu negócio de origem. Da aposta na venda de links patrocinados a uma série de aquisições estratégicas, o CEO do Google esteve na linha de frente em todos os momentos. Um exemplo foi a compra do Android, em 2005. O sistema operacional, hoje, é uma das sensações do mercado de celulares e tablets.
Alan Mulally não foi um dos finalistas ao prêmio de CEO da década da Marketwatch do The Wall Street Journal. O executivo, porém, foi homenageado como o CEO do ano pela publicação, a partir da votação de seus leitores. O executivo assumiu a presidência da Ford em 2006, no lugar de Bill Ford Jr., o bisneto do lendário Henry Ford. Uma de suas primeiras atitudes foi tomar um empréstimo de 24 bilhões de dólares para reforçar as contas da montadora – uma atitude hoje considerada tão arriscada quanto visionária. Sem esse dinheiro, a empresa enfrentaria tantos problemas quanto as suas rivais General Motors e Chrysler, que precisaram recorrer a fundos públicos para se salvar no final de 2008. Os investidores gostaram. Em 2009, as ações quadruplicaram de valor. Neste ano, elas já dobraram de preço, para cerca de 17 dólares.
O site MarketWatch, ligado ao The Wall Street Journal, elegeu Steve Jobs como o CEO da década. A razão para o sucesso de Jobs está ligada ao seu desempenho à frente da Apple. “Por liderar uma onda vitoriosa no topo do mundo da tecnologia, desenvolvendo mudanças nos computadores e nos dispositivos, além de desencadea um retorno estelar para os investidores, Steve Jobs é CEO da década”, argumenta o site. O MarketWatch explica que foram usados para avaliar os CEOs o retorno das empresas na bolsa norte-americana, o desempenho dos produtos para os consumidores e o tratamento dado pelas empresas aos funcionários. Além disso, iniciativas de governança corporativa e sustentabilidade também foram utilizadas para checar o desempenho dos cinco CEOs, que concorriam ao prêmio.
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