Oncoclínicas tem receita de R$ 900 milhões, alta de 41% no trimestre, mas volta a registrar prejuízo
Empresa focada em tratamento oncológico teve receita recorde no segundo trimestre, puxada por crescimento orgânico e aquisições; companhia continua atenta a oportunidades no mercado
Mariana Desidério
Publicado em 15 de agosto de 2022 às 19h18.
Última atualização em 15 de agosto de 2022 às 19h20.
A rede de clínicas oncológicas Oncoclínicas teve um salto de 41% na receita no segundo trimestre de 2022, e chegou à marca de R$ 900 milhões no período, um recorde para a companhia. O desempenho é resultado da combinação entre crescimento orgânico – cerca de 15% -- e uma agenda de aquisições ativa. A companhia fez 12 aquisições nos últimos 12 meses. O investimento em cancer centers – centros hospitalares oncológicos – é outro fator importante para a conta. “Tivemos crescimento orgânico, ganhos de eficiência, e aumento do market share”, resume Bruno Ferrari, CEO da Oncoclínicas.
Os executivos da Oncoclínicas destacam também o crescimento na margem bruta, que foi para 35,7% no trimestre, levando a um crescimento de 69,5% no lucro bruto no período, em comparação ao segundo trimestre de 2022.
Ainda assim, a empresa teve prejuízo de R$ 24,6 milhões no período, ante prejuízo de R$ 202,5 milhões no segundo trimestre de 2021. Se excluídos eventos não recorrentes, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 14 milhões. Segundo os executivos, isso se deve principalmente a dois fatores: a despesa financeira mais elevada devido aos juros altos, e ao maior pagamento de tributos.
“Temos uma ineficiência tributária que vem de um legado do nosso crescimento via aquisições, o que faz com a empresa pague mais impostos do que deveria”, diz Cristiano Camargo diretor financeiro da Oncoclínicas. A companhia trabalha para resolver a questão até novembro.
A Oncoclínicas havia reportado lucro de R$ 22,7 milhões no quarto trimestre de 2021. No primeiro trimestre de 2022, no entanto, registrou prejuízo de R$ 15,7 milhões.
Aquisições
Na frente das aquisições, a Oncoclínicas continua com apetite e tem um pipeline com mais de 50 possíveis alvos. “O setor é muito fragmentado, nosso market share é inferior a 5%, então temos espaço para muita consolidação”, diz o diretor de operações Rodrigo Medeiros.
A avaliação é de que ainda há muito o que crescer em um segmento em que os tratamentos são em geral recorrentes e longos. “A oncologia tem uma característica de bastante resiliência e recorrência, é diferente do setor de saúde como um todo, que depende de procedimentos eletivos”, diz Camargo.
A empresa também vem ampliado sua frente de tratamento de alta complexidade, com centros hospitalares focados no tratamento de câncer. Os centros funcionam em unidades próprias da Oncoclínicas ou em parceria com hospitais. “Em um tratamento oncológico, 90% ocorre na clínica, e 10% ocorre em ambiente hospitalar”, diz Ferrari.
Os números do trimestre não consideram a aquisição da Unity, rede com 35 clínicas adquirida pela Oncoclínicas em julho. Com a Unity, a Oncoclínicas tem agora 129 unidades em 32 cidades do país.
A companhia fez o seu IPO em 2021, levantando R$ 1,7 bilhão. No ano passado teve receita de R$ 2,7 bilhões, alta de 32,8% em relação a 2020.
VEJA TAMBÉM:
Lucro líquido da Sulamérica (SULA11) atinge R$ 139 milhões no 2º trimestre
Hapvida dispara 17%: saiba o que esperar da ação após balanço positivo no 2º tri