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Oi diz ter ampliado investimentos em ano de retração econômica

Em comparação com iguais períodos do ano anterior, a tele ampliou em 17,6% os investimentos em 2016 e em 26,6% no trimestre

Oi: "Os investimentos subiram, o que reforça o nosso compromisso com o futuro da Oi", afirmou o presidente (Nacho Doce/Reuters)

Oi: "Os investimentos subiram, o que reforça o nosso compromisso com o futuro da Oi", afirmou o presidente (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2017 às 13h42.

São Paulo e Rio - O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou nesta quinta-feira, 23, que a companhia ampliou os investimentos, mesmo em ano de retração econômica e apesar do "complexo" processo de recuperação judicial com foco no futuro da tele.

"Os investimentos subiram, o que reforça o nosso compromisso com o futuro da Oi", afirmou em teleconferência sobre os resultados da companhia em 2016.

A tele ampliou em 17,6% os investimentos em 2016 e em 26,6% no trimestre, em comparação com iguais períodos do ano anterior.

O executivo também destacou que o processo de recuperação judicial da empresa tem avançado dentro da normalidade. Na quarta, o conselho de administração da tele aprovou mudanças na proposta para os credores.

"Mesmo com a complexidade do processo de recuperação judicial, a Oi segue todos os ritos do processo dentro da normalidade", afirmou.

O presidente destacou que a companhia vem gerando caixa, aumentando investimentos e melhorando a qualidade dos serviços e a experiência dos clientes, confirmando foco nas operações durante a recuperação judicial.

Compactação

Schroeder admitiu que o mercado corporativo (B2B) sofreu com o cenário macroeconômico adverso no último ano, o que gerou renegociações e cancelamentos de serviços por empresas e setor público. "O mercado de B2B foi bastante impactado pelo cenário macro em 2016", disse, durante teleconferência.

Por outro lado, Schroeder destacou que as receitas originadas na prestação de serviços para tráfego de dados e tecnologia da informação (TI) vêm crescendo, com desempenho melhor do que o mercado em geral, o que ajuda a compensar parcialmente as perdas do faturamento pelo uso do serviço de voz. "O nosso foco continuará na venda de serviços como TI e dados", frisou.

De acordo com dados do balanço, as receitas não voz representam 61,6% da receita líquida total em B2B em 2016 (alta de 4,1 pontos porcentuais ante 2015), resultado da estratégia na exploração de novos produtos e serviços.

Pré-pago

O executivo disse ainda que a receita do segmento de clientes pré-pagos também foi impactada pelo cenário macroeconômico em 2016, mas o volume de recargas começou a reagir no final do ano. "Já é possível ver sinais de melhorias na recarga", afirmou.

Eficiência operacional

O presidente da Oi afirmou que a companhia tem focado na eficiência operacional, com redução de custos e maior produtividade. "Estamos trabalhando com uma atuação preventiva", disse.

Schroeder destacou que o tempo médio de espera até a resolução de defeito caiu 31% no quarto trimestre de 2016 ante o mesmo período de 2015. Já o tempo médio até a instalação de serviço ficou 58% menor na mesma base de comparação.

A empresa internalizou grande parte dos técnicos das prestadoras de serviços de rede.

Serviços residenciais

Schroeder salientou avanços na prestação dos serviços residenciais, que englobam telefonia fixa, banda larga e TV paga. "O segmento residencial segue apresentando evolução sólida, com foco nas ofertas convergentes e nos serviços de alto valor, além da iniciativas para retenção de clientes", afirmou. "A concentração das vendas em ofertas convergentes vêm contribuindo para o aumento da rentabilidade da base de clientes", acrescentou.

A receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês) no segmento residencial da Oi atingiu R$ 77,2 no quarto trimestre de 2016, expansão de 5% ante o mesmo período do ano passado.

O crescimento foi sustentado pelos produtos de banda larga e TV paga, que registraram avanços no Arpu de 15% e 16,4%, respectivamente, e pelo contínuo aumento da participação de clientes com mais de um produto Oi na sua residência.

Geração de caixa

O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Oi, Ricardo Malavazi, reiterou que a operadora é uma companhia sustentável e que vem atravessando a recuperação judicial dentro da normalidade dos ritos processuais, sem comprometer a prestação dos serviços de telecomunicações.

"A companhia tem operação saudável, que permite geração de caixa e aumento de investimentos", afirmou, também durante teleconferência. O executivo ainda ressaltou que o pedido de recuperação judicial visa a preservar a continuidade de serviços e o nível adequado de liquidez.

"A mensagem é que, apesar da complexidade do processo de recuperação judicial, a companhia vem seguindo todos os ritos dentro da normalidade. Todas as operações com clientes e parceiros seguem normais", ressaltou.

A Oi chegou ao fim do quarto trimestre de 2016 com dívida líquida de R$ 40,342 bilhões, recuo de 2,0% ante o terceiro trimestre do mesmo ano. A Oi contava com R$ 7,849 bilhões em caixa no fim de dezembro. No trimestre, houve geração de caixa de R$ 708 milhões.

Malavazi observou também que a Corte Distrital de Amsterdã, na Holanda, indeferiu os pedidos de conversão em procedimentos de falência contra veículos estrangeiros da Oi.

"A vitória na Holanda reforça a legitimidade do processo de recuperação judicial que vem sendo cumprido pela Oi no Brasil", frisou.

Eficiência operacional

Schroeder afirmou que será constante a busca de iniciativas para ganhos de eficiência operacional e redução de custos. Já a ampliação do faturamento deve vir no médio a longo prazo, dado o cenário macroeconômico ainda adverso.

"A busca por melhoria de custos é um processo constante. Ainda temos muitas iniciativas para buscar eficiências operacionais", afirmou o executivo.

Ele citou também o aumento no uso de equipes próprias, o que ajudou a diminuir as queixas de clientes e processos judiciais, reduzindo o volume de provisões da operadora para contingências cíveis.

"Temos que prestar atenção para as receitas, sim", completou Schroeder, citando os efeitos negativos na crise sobre a base de clientes pré-pagos de telefonia, onde estão os consumidores de menor renda, bem como os impactos no setor corporativo decorrentes do cancelamento e renegociações com empresas. "Ainda não em 2017, mas a médio e a longo prazos teremos condições de trabalhar nas receitas", disse o presidente da Oi.

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