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Oi deve concluir plano de recuperação até dia 11, diz CEO

O executivo comentou que a definição sobre o tamanho do desconto da dívida detida pelos credores da companhia segue sendo um "grande problema"

Oi: o principal acionista da Oi é o grupo português Pharol (Gustavo Gomes/Bloomberg)

Oi: o principal acionista da Oi é o grupo português Pharol (Gustavo Gomes/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 17h24.

Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 20h21.

São Paulo - O presidente-executivo da operadora de telecomunicações Oi, Marco Schroeder, afirmou nesta terça-feira que a companhia deverá concluir até a próxima quarta-feira, dia 11, detalhes de seu plano de recuperação judicial a ser apresentado em assembleia de credores marcada para 23 de outubro.

O executivo, porém, comentou que a definição sobre o tamanho do desconto da dívida detida pelos credores da companhia segue sendo um "grande problema", bem como o percentual de diluição dos atuais acionistas em um aumento de capital de 9 bilhões de reais defendido pela diretoria da companhia.

O principal acionista da Oi é o grupo português Pharol, oriundo da fracassada fusão da Oi com a Portugal Telecom.

"Não vamos atender as demandas de todos....O ideal para nós é uma redução significativa da dívida, o que vai exigir uma redução importante (das participações) dos acionistas", disse Schroeder a jornalistas durante evento de telecomumicações em São Paulo.

O executivo ainda afirmou que a Oi está analisando detalhes de um plano alternativo de recuperação apresentado nesta semana por credores representados por Moelis, G5 Evercore e FTI Consulting. Ele não deu detalhes, mas afirmou, sem citar nomes, que alguns credores estão "com postura muito mais judicial" apesar de tentativas de negociação feitas pela Oi. Segundo Schroeder, tais credores têm se recusado a assinar termos de confidencialidade com a companhia, o que tem dificultado as discussões.

Sobre a renúncia na véspera de Ricardo Malavazi, vice-presidente financeiro da Oi, Schroeder disse que o aumento de pressão sobre os executivos da companhia colaborou para a decisão.

Em apresentação durante o evento, Schroeder fez críticas ao modelo regulatório brasileiro que permitiu que a empresa acumulasse ao longo dos últimos anos dívidas de mais de 10 bilhões de reais.

Conforme o presidente-executivo da Oi, a pressão da agência reguladora, que avalia se abre um processo de intervenção ou de caducidade de concessão da operadora, tem aumentado, mas "do ponto de vista operacional a caducidade não seria razoável".

Schroeder disse que acredita ser possível a aprovação de plano de recuperação judicial sem a aprovação dos credores representados pela Moelis, mas isso "seria difícil pelo peso deles".

Questionado sobre discussões da operadora com grupos internacionais como a China Telecom, o executivo disse que um eventual acerto para injeção de capital na Oi viria apenas após a aprovação do plano de recuperação pela Justiça e solução para as dívidas cobradas pela Anatel.

De acordo com ele, a entrada de novo acionista viria na forma de investidor estratégico na companhia, que eventualmente poderia comprar a participação a ser detida por atuais credores da empresa. "Investidor estratégico não teria impacto na assembleia de credores", disse Schroeder.

Para o executivo, depois de decisão do Tribunal de Contas da União na semana passada que permitiu à Telefônica Brasil trocar multas por investimentos sob a supervisão da Anatel, a Oi poderá voltar a discutir com a agência um Termo de Ajustamento de Conduta envolvendo cerca de 4 bilhões de reais em dívidas devidas à Anatel que ainda não foram judicializadas.

Sobre os 7 bilhões de reais em dívidas da Oi junto à Anatel e que foram parar na Justiça, Schroeder afirmou que dificilmente a companhia poderia conseguir um TAC. Ele afirmou, contudo, que a operadora "tem conversado com a Advocacia Geral da União para tentarmos fazer algo que a AGU possa aceitar dentro do âmbito legal".

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