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Oi confirma investimentos mesmo em recuperação judicial

O presidente da companhia fez referência à manutenção da alta dos investimentos no segundo trimestre deste ano

Oi: os aportes (capex) nas operações brasileiras totalizaram R$ 1,229 bilhão no segundo trimestre (Eny Miranda/Oi/Divulgação)

Oi: os aportes (capex) nas operações brasileiras totalizaram R$ 1,229 bilhão no segundo trimestre (Eny Miranda/Oi/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 13h09.

Rio - O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou nesta quinta-feira, 10, em teleconferência que a operação da companhia se mantém preservada, mesmo em um contexto de recuperação judicial. O executivo fez referência à manutenção da alta dos investimentos da companhia no segundo trimestre deste ano.

"Mesmo em processo de recuperação, a empresa tem apresentado avanços na eficiência operacional e na redução dos custos. Também continuamos ampliando os investimentos", afirmou.

Os aportes (capex) nas operações brasileiras totalizaram R$ 1,229 bilhão no segundo trimestre, crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2016.

Em relação aos custos, a empresa fez uma redução de R$ 687 milhões no trimestre totalizando corte de despesas no valor de R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2017.

Aumento de capital

O executivo também fez referência ao aumento de capital, que está em discussão no âmbito do plano de recuperação judicial. Segundo ele, o objetivo é fortalecer o balanço e captar as oportunidades do mercado.

O aumento de capital da Oi, em estudo no âmbito do processo de recuperação judicial, permitirá que a companhia eleve o patamar de investimentos anuais.

A capitalização em discussão seria de R$ 8 bilhões, conforme aprovado pelo conselho de administração da tele recentemente. O tema ainda precisará ser incluído no plano de recuperação judicial da empresa.

"O aumento de capital permitirá que a Oi eleve por quatro anos o patamar de investimentos anuais de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões por ano", afirmou o presidente da Oi, em teleconferência com analistas. Segundo ele, o processo está em discussão com bondholders da companhia, que estão entre os maiores credores da tele.

Ele ainda destacou que o último ano tem sido de desafios para a companhia. Do ponto de vista externo, citou o cenário macroeconômico, enquanto no interno citou a recuperação judicial.

Schroeder afastou a possibilidade do processo de recuperação judicial ter impactado a receita dos clientes pessoa física. No caso do corporativo, admitiu que pode ter havido algum efeito. Ainda assim, diz que "não colocaria a culpa na recuperação judicial" pelas perdas de receita.

"Eu não tenho dúvida nenhuma, chegamos a fazer pesquisa sobre isso. No mercado pessoa física não tem impacto nenhum a questão da recuperação judicial, especialmente no pré-pago. No mercado corporativo obviamente pode ter impacto, mas a gente tem conversado de maneira muito franca e apresentado nossos planos", afirmou o executivo.

A receita líquida consolidada totalizou R$ 5,839 bilhões no segundo trimestre, apresentando redução de 10,5% em relação ao mesmo período de 2016 e de 5,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

B2B

Schroeder afirmou também que a receita do segmento de mobilidade pessoal, em especial o pré-pago, ainda sente os impactos da crise, mas já há sinais de recuperação nos últimos meses. Segundo o executivo, o segmento que mais vem sofrendo com o cenário macroeconômico atualmente é o B2B (contratos com empresas e governos).

"Governos federal, estaduais e municipais vêm reduzindo contratos e projetos", afirmou o executivo. Os clientes governamentais têm participação relevante nas receitas da companhia. O presidente da Oi citou ainda que empresas têm buscado reduzir custos e há maior risco de crédito de pequenas e médias empresas.

"Todos temos acompanhado a questão fiscal dos Estados. Muitos impactaram (nas receitas) por mudança de escopo ou bloqueios feitos pela Oi por inadimplência", disse.

No caso da mobilidade pessoal, a empresa tem a maior base de pré-pago. A Oi registrou 39.802 mil UGRs (unidades geradoras de receita) em mobilidade pessoal no final do segundo trimestre, redução de 12,2% em relação ao mesmo período de 2016. No caso do pré-pago, a retração foi de 13,9%.

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