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OGX prevê produzir em Tubarão Martelo em novembro

Início de produção poderá ajudar Eike a renegociar sua dívida de 3,6 bilhões de dólares com detentores de bônus no exterior


	Navio-plataforma da OGX: poços de Tubarão Martelo estão prontos para serem interligados à plataforma OSX3, que está no local
 (Divulgação)

Navio-plataforma da OGX: poços de Tubarão Martelo estão prontos para serem interligados à plataforma OSX3, que está no local (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 17h42.

Rio de Janeiro - A OGX, endividada petroleira do empresário Eike Batista, prevê iniciar na segunda metade de novembro a produção no campo de Tubarão Martelo, afirmaram nesta quarta-feira duas fontes com conhecimento direto do assunto à Reuters.

O início de produção da OGX em Tubarão Martelo poderá ajudar Eike a renegociar sua dívida de 3,6 bilhões de dólares com detentores de bônus no exterior. Depois de não honrar no início de outubro o pagamento de juros sobre bônus com vencimento em 2022, a OGX corre o risco de ser declarada inadimplente no começo de novembro.

Os poços de Tubarão Martelo, que são a aposta de sobrevivência da OGX, estão prontos para serem interligados à plataforma OSX3, que está no local. Já foi concluída a completação de poços, fase em que os poços são preparados e revestidos adequadamente para receber o petróleo, segundo as fontes.

"Só falta interligá-los... Já tem barcos de apoio no local começando essa nova etapa", disse uma das fontes, sob condição de anonimato.

O campo de Tubarão Martelo faz parte do acordo da OGX com a malaia Petronas para a venda de participação de 40 por cento em dois blocos na Bacia de Campos.

A Petronas, porém, ainda não fez nenhum pagamento à OGX, informando em agosto que aguardaria a reestruturação da dívida da petroleira brasileira para dar prosseguimento ao negócio que garantiria 850 milhões de dólares à OGX.

No começo de julho, a OGX anunciou a desistência de investir em alguns campos na Bacia de Campos antes considerados promissores. Desde então, Tubarão Martelo é apontado como o principal ativo da companhia.


Procurada, uma assessora de imprensa da OGX não comentou imediatamente o assunto.

Contrato com Modec

A OGX informou em maio que estimava produzir no campo de Tubarão Martelo em dezembro, mas a grave crise financeira lançou dúvidas quanto à capacidade da petroleira de cumprir os trâmites necessários ao primeiro óleo ainda neste ano.

A maior parte dos custos de instalação da plataforma OSX3 estão incluídos num acordo com a Mitsui Ocean Development & Engineering Co (Modec), de acordo com ata de reunião de representantes da OSX --estaleiro de Eike-- com detentores de bônus.

A Modec é uma empresa especializada em engenharia, construção e instalação de sistemas flutuantes de produção, sendo praxe na indústria do petróleo a terceirização desses serviços.

O valor do contrato com a Modec que ainda não foi pago deve ser quitado pela OSX em duas parcelas: a primeira de 11 milhões de dólares no fim de 2013 e a segunda de 8 milhões de dólares em agosto de 2014, segundo o documento do encontro da OSX com credores.

Os sucessivos fracassos na campanha exploratória da OGX, que já foi considerada a empresa mais preciosa do grupo de companhias de Eike, deixou a petroleira em situação crítica de caixa e contaminou todos os negócios do ex-bilionário.

Tubarão Martelo, originário dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, possui reservas prováveis de 87,9 milhões de barris óleo equivalente (boe). Inicialmente, a OGX tinha declarado um volume total recuperável de 285 milhões de barris de petróleo no campo.

Atualizado às 18h41min.

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