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OGX constata mudanças em Tubarão Azul; novo poço em análise

A companhia tem apontado problemas operacionais para explicar a redução de produção nos últimos meses da área que produz na bacia de Campos


	OGX: Tubarão Martelo deverá começar a produzir ao final deste ano
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OGX: Tubarão Martelo deverá começar a produzir ao final deste ano (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 18h38.

Rio de Janeiro/São Paulo - A petrolífera OGX, do grupo de Eike Batista, constatou mudanças na estrutura do campo de Tubarão Azul, e novos estudos são necessários para definir se haverá um novo poço na área, disseram executivos da empresa nesta sexta-feira.

A companhia tem apontado problemas operacionais para explicar a redução de produção nos últimos meses da área que produz na bacia de Campos.

De acordo com a OGX, a estrutura carbonática de Tubarão Azul, tipicamente menos propícia para a produção do que uma área arenosa como Tubarão Martelo, está entre os fatores que explicam os problemas operacionais no campo.

"Algumas coisas mudaram definitivamente", afirmou o diretor de Exploração da OGX, Paulo de Tarso, em teleconferência nesta sexta-feira para comentar o resultado divulgado na véspera.

O campo vem apresentando mais gás que o inicialmente esperado, mas os executivos descartam algo "drástico" na área. A empresa está estudando as mudanças e disse que é muito cedo para falar em vida útil do campo.

Os estudos são necessários para a companhia definir se fará um novo poço. Os executivos disseram que a empresa ainda não tem uma decisão sobre a viabilidade econômica para a instalação do quarto poço em Tubarão Azul.

A ação da OGX fechou em queda de 1,2 %, a 1,63 real.

Retomada

Após os problemas operacionais, a petroleira estima que os três poços do campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, voltarão a operar normalmente ao final de junho.

"Um poço está produzindo, no outro o reparo deverá estar concluído em meados de maio e depois começa o trabalho no terceiro poço...", disse o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Monteiro, também na teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre.


Os problemas operacionais em Tubarão Azul foram registrados a partir de março, e tiveram algum impacto no balanço.

A empresa registrou um prejuízo líquido de 804,6 milhões de reais no primeiro trimestre, quase três vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, por conta de despesas bilionárias com poços secos.

A produção em abril da OGX caiu 7,9 % ante março, sob impacto dos problemas operacionais em Tubarão Azul. Em março, já havia caído cerca de 10 % contra fevereiro.

Os reparos no poço OGX-68HP, de Tubarão Azul, terminam em meados de maio, disse o executivo, e depois será iniciado o trabalho no poço TBAZ-1HP, que deve estar concluído em junho.

O poço OGX26HP, que parou por dois dias no mês de março devido a uma instabilidade na geração elétrica da plataforma OSX-1, está operando normalmente, segundo apresentação divulgada aos investidores nesta sexta-feira.

Tubarão Martelo

Sobre a área de Tubarão Martelo, que está no pacote com participação vendida à malaia Petronas , os executivos disseram que as atividades na região mostram índices de produtividade em linha com a expectativa.

Tubarão Martelo deverá começar a produzir ao final deste ano.

Os executivos indicaram ainda que a negociação com a Petronas, no valor de 850 milhões de dólares por uma participação de 40 % em dois blocos na bacia de Campos, dá fôlego para o caixa da companhia.

A OGX divulgou na véspera os termos do acordo, apontando que a maior parte dos recursos da venda só será recebida quando a produção começar.

O negócio foi saudado por analistas como uma injeção de caixa no curto prazo. No entanto, de acordo com detalhes divulgados na quinta-feira, só uma parte menor será paga no fechamento financeiro, um montante de 250 milhões de dólares.


Os 600 milhões de dólares restantes serão depositados em nome da OGX em uma conta e serão liberados da seguinte forma: 500 milhões de dólares no primeiro óleo; 50 milhões de dólares com o atingimento de uma produção agregada de 40 mil barris de óleo equivalente por dia; 25 milhões de dólares com uma produção agregada de 50 mil barris; e 25 milhões de dólares com uma produção agregada de 60 mil barris.

Os executivos também reforçaram que a disponibilidade de Eike Batista de colocar 1 bilhão de dólares na companhia, se necessário, é um "fator de segurança".

Analistas disseram nesta sexta-feira que a petrolífera deverá exercer sua opção contra o acionista controlador, exigindo que ele injete os recursos na empresa, diante da deterioração do caixa da companhia para fazer frente aos investimentos.

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