(foto/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 10h16.
Você provavelmente já ouviu falar de corporate venture capital (CVC), certo? Porém, nosso conhecimento das razões pelas quais as empresas se envolvem em CVC é grande parte focado em dados dos Estados Unidos e da Europa.
E acaba que um foco tão restrito limita nossa compreensão das práticas e objetivos do CVC. Por isso, profissionais da London Business School e da Sun Yat-sen University, em Shenzhen, fizeram um estudo por trás do CVC na China.
Surpreendentemente, foi visto um crescimento dos investimentos em CVC na China quando comparado aos Estados Unidos. O estudo demonstra a oportunidade de países em desenvolvimento estarem mais próximos a avanços tecnológicos.
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Esse estudo nunca foi feito antes e a resposta resultante será um choque para muitos investidores. E como os próprios pesquisadores disseram: “o estudo foi motivado por uma anomalia intrigante”.
O empreendimento corporativo na China se expandiu muito além do cenário dos Estados Unidos. Pra você ter ideia, os investimentos CVC nos EUA representaram mais de 60% dos negócios globais de CVC em 2013, mas, em 2018, a proporção encolheu para 41% e agora está no mesmo nível da atividade de CVC na Ásia.
Isso não mostra apenas o crescimento da China, mas sim como países em desenvolvimento podem ver como potencial de avanço tecnológico o investimento em CVC.
Os pesquisadores citam que concluíram que “empresas em países em desenvolvimento podem desfrutar de desempenho superior alavancando a rápida expansão da indústria; ao mesmo tempo, usando tecnologias que já existem no mundo desenvolvido”.
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O mais importante a ser visto aqui é que nem toda startup visa o lucro (direto), mas o CVC pode ser uma forte fonte de inovação para a corporação.
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O vice-presidente do Alibaba, por exemplo, disse ao Investor Day 2017 da empresa que, ao avaliar possíveis alvos de CVC, as principais considerações do Alibaba eram: se a empresa-alvo poderia ajudar o Alibaba a adquirir mais usuários e melhorar seu engajamento; ajudá-lo a melhorar a experiência do cliente; ou ajudá-la a expandir seus produtos e serviços.
Além disso, muitos investidores são atraídos por corporações, que buscam crescimento atendendo às necessidades de mercados em rápida expansão. Ou seja, corporações que são baseadas em mercado e não simplesmente em tecnologia.
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Um dos pesquisadores diz que o impacto do estudo vai além da cobertura geográfica. E que ele tem o potencial de reformular nossa compreensão da estratégia CVC e seus objetivos, como um todo.
O ponto principal que podemos tirar de lição aqui, é que o CVC não é limitado a apenas uma estratégia para novas tecnologias. Mas também pode ser usado para aproveitar o crescimento de um mercado em expansão.
O Dr. Dushnitsky, da London Business School (um dos resposáveis pelo estudo), faz a seguinte analogia:
“Toda empresa tem uma estratégia de marketing, mas nem todas as empresas buscam a mesma estratégia de marketing. Nosso estudo ilustra esse ponto usando a China como cenário….
Ou seja, em países que experimentam um crescimento dramático do PIB, é possível que as empresas usem o CVC como uma estratégia para aproveitar o crescimento do mercado.”
Outra lição que podemos tirar, é que cada vez mais a inovação aberta se mostra um caminho assertivo para o desenvolvimento de grandes corporações. Assim você consegue aproveitar do crescimento de mercados, com soluções de outras startups daquela área específica.
Cada vez mais, as empresas aqui no Brasil vão precisar alavancar a pesquisa e desenvolvimento e inserção de novas tecnologias em seus negócios, através do CVC e da inovação aberta como um todo. Isso foi o que fez com que a China se aproximasse dos números dos Estados Unidos nesse tipo de investimento, por exemplo.
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