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O que pensa o novo presidente da Petrobras

Roberto Castello Branco tomou posse ontem e falou sobre preço dos combustíveis, privatização e sobre como transformar a estatal numa "campeã"

Roberto Castello Branco (YouTube/Reprodução)

Roberto Castello Branco (YouTube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 09h17.

Última atualização em 4 de janeiro de 2019 às 09h20.

São Paulo - O aumento da competição no setor de petróleo no país vai beneficiar os consumidores brasileiros. A avaliação é do novo presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, que tomou posse nesta quinta-feira (3), na sede da companhia, no Rio de Janeiro. “Abrindo a economia, tendo mais competidores. Quanto maior a competição, o benefício se dá em favor do consumidor. Se nós tivermos um único produtor, não será bom para o consumidor”, disse Castelo Branco.

Ele explicou o que define como preço justo do produto, conceito igualmente defendido pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), Décio Odone, e pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, presentes à solenidade e que discursaram antes dele.

“A Petrobras seguirá o preço de paridade internacional, sem subsídios e sem exploração de poder de monopólio. Nós somos amantes da competição e detestamos a solidão nos mercados. Queremos companhias, queremos competir”, disse Castelo Branco.

Em sua opinião, isso deve funcionar para beneficiar a população, que só assim deverá perceber a redução dos preços dos combustíveis. O executivo criticou a adoção de subsídios pelo governo. "Os preços de mercado são um farol do que podemos produzir mais ou menos", disse o presidente da estatal.

Campeã

O novo presidente da Petrobras disse ainda que o seu desejo é transformar a empresa numa campeã. Segundo ele, nos últimos dois anos, a gestão da companhia apenas atuou para evitar o seu rebaixamento. Para transformar a petroleira numa campeã, está disposto a aplicar a cartilha liberal, de competição e preços livres, perseguida por toda a equipe econômica do governo recém empossado, disse ele.

Segundo ele, a prioridade é fazer crescer a produção de petróleo no país: “O Brasil é muito rico em recursos naturais e tem um potencial imenso para explorar, especialmente na mineração e no petróleo", disse. E completou: "Parecemos envergonhados em explorar commodities. Vamos explorar recursos naturais e produzir valor para o Brasil".

Castello Branco ainda demonstrou interesse em avançar no segmento de gás natural e citou o exemplo japonês, de utilização do combustível para fins automotivos, como alternativa a ser adotada também no país.

Apesar dos poucos comentários sobre desinvestimentos, afirmou que ainda estuda os ativos e modelos de venda que serão adotados, inclusive para a BR Distribuidora.

Privatização

A privatização da Petrobras não está na pauta do governo Bolsonaro, disse Castello Branco. Em uma primeira e rápida coletiva após a cerimônia de posse, o executivo afirmou que "a redução da participação do governo na Petrobras não está sendo discutida".

Ele evitou adiantar possíveis mudanças que serão feitas na empresa, informando apenas que já viu o Plano de Negócios 2019-2023 da companhia e que, em princípio, achou "muito bom", mas que ainda precisa olhar com maior detalhamento. "Tive uma visão superficial do Plano de Negócios, vamos avaliar", disse.

Castello Branco afirmou também que não terá nenhum problema na relação com os sindicatos ligados à companhia e que pretende ter uma relação aberta com a categoria.

Diretoria

Apenas com o novo chefe de gabinete escolhido - o vice-cônsul do Brasil em Nova York, Roberto Ardhenguy -, Castello Branco disse que ainda vai avaliar a nomeação dos seus diretores, e que serão escolhidos "por serem comprometidos com geração de valor". "A escolha de diretores será feita oportunamente", disse.

Castello Branco informou ainda que vai avaliar a retomada da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cuja continuidade havia sido confirmada pela gestão anterior, de Ivan Monteiro.

O ex-presidente da companhia, inclusive, não compareceu à posse de Castello Branco, que recebeu o crachá com o nome de Roberto C.Branco das mãos da então presidente interina Solange Guedes. Segundo Castello Branco, Monteiro não compareceu por problemas de saúde.

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