O que fazer com o tempo que a inteligência artificial vai liberar na nossa rotina?
Miguel Lannes Fernandes, fundador da Witseed, startup de educação corporativa que faz parte do ecossistema EXAME, argumenta que a inteligência artificial vai liberar tempo para os humanos estarem mais conectados com a natureza
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O filósofo brasileiro Airton Krenak, autor de Futuro Ancestral: cidades como verdadeiras fábricas de ansiedade (Reprodução/Reprodução)

Publicado em 4 de junho de 2023 às, 17h02.
Última atualização em 5 de junho de 2023 às, 18h51.
Miguel Lannes Fernandes, da Witseed
Recentemente, no avião, li “Futuro Ancestral” de um filósofo brasileiro, o índigena Ailton Krenak.
Fiquei surpreso com o tanto que ele me ensinou sobre inteligência artificial.
Reflexões que me deixaram pensativo sobre essa vida urbana rodeado de avanços tecnológicos que nos deixam muitas vezes descuidados da harmonia com o ambiente natural.
O Ailton descreve nossas cidades como verdadeiras fábricas de ansiedade, tem um pensamento radical em relação ao horror que elas são.
Concordo com ele que a conexão com a natureza é um dos antídotos. Mas eu não concordo com esse horror todo, gosto da urbanidade e tenho orgulho das tecnologias que criamos para “atravessar rios e mudar o curso das águas”.
Por que a inteligência artificial traz ansiedade
A inteligência artificial é uma dessas tecnologias divisora de águas. E é sim uma tecnologia profundamente ansiógena. Uma máquina nova na fábrica de produção de ansiedades do capitalismo moderno, como descreveria o filósofo.
Está assustando.
A mesma armadilha do início da internet, das criptomoedas, dos NFTs, e mais recentemente do metaverso, moda ano passado — e até parece que foi moda no século passado, porque tudo anda mesmo muito rápido.
Nessas horas, muita coisa vem à mente:
- Você não quer perder o lucro imediato com o segredo secreto da nova inteligência artificial do momento, né?
- Você não pode ficar de fora, certo?
- É ou não é pra ficar ansioso?
Nessa pressa desenfreada em usar inteligência artificial a qualquer preço, as empresas podem acabar esquecendo do mais básico, do mais fundamental, a sua própria natureza. Essa tal conexão que o Ailton comentou no livro, a harmonia com o ambiente.
A inteligência artificial vai liberar muito tempo de quem souber usar ela a seu favor.
O que fazer com esse tempo que a IA vai liberar?
A questão então é: o que fazer com esse tempo que a IA vai liberar?
A resposta, para o filósofo, está no Futuro Ancestral.

Desenho feito pela IA MidJourney com o seguinte prompt: “imagine an ancestral future”
Quando as IAs estiverem fazendo tudo que é automatizável, o que vai sobrar pra gente é justamente o que temos de mais ancestral, a nossa humanidade e a nossa conexão com o ambiente.
Não é coincidência que o outro tema quente do momento seja a sustentabilidade.
Assim que pousei no Rio de Janeiro, depois de ler o livro, eu perguntei para o ChatGPT como me curar do estresse e da ansiedade que o mundo urbano e suas tecnologias geram.
Olha o que ele me respondeu:

-
Inteligência artificial e sustentabilidade.
Gosto de viver numa época que tem esses dois temas como prioridade.
Bom semana!
EXAME libera vagas para curso sobre inteligência artificial aplicada aos negócios
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