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O império do Gol como o carro mais vendido está ameaçado

O império do Gol está minguando. Há quase três décadas, o modelo da Volkswagen é o carro mais popular do Brasil, mas a liderança está comprometida

O império do Gol está minguando. Há quase três décadas, o modelo da Volkswagen é o carro mais popular do Brasil, mas a liderança está comprometida. (Divulgação/Volkswagen)

Karin Salomão

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 17h13.

São Paulo - O império do Gol está minguando. Há quase três décadas, o modelo da Volkswagen é o carro mais popular do Brasil, mas a liderança está comprometida. Em outubro, as vendas acumuladas do Palio superaram o Gol.

No mês, o Palio chegou a 153,6 mil carros vendidos desde janeiro, e ultrapassou o Gol, com pouco mais de 153,4 mil unidades. A diferença – menos de 200 carros – pode parecer pequena, mas não para o Gol, que sempre liderou com uma folga grande do segundo lugar.

O carro perde vendas para o Palio, da Fiat, para o Onix, hatch da General Motors, e também para carros da mesma montadora, o Up! e o Fox.

Segundo especialistas, um dos motivos para a queda de vendas do Gol é a descontinuação do modelo G4, sua versão mais barata. O carro não possuía dois dispositivos de segurança, airbag e freios ABS, que se tornaram obrigatórios em janeiro.

Agora, o Gol está disputando as vendas com apenas um modelo contra a Palio, que tem com duas versões, o novo e o Fire. A disputa fica desigual.

Ao Valor Econômico, a empresa disse que a comparação entre os desempenhos do Gol e do Palio é inadequada. Seriam dois carros contra um único modelo. A montadora afirmou ao jornal que se consideradas apenas as novas gerações de ambos os modelos as vendas do Gol são mais do que o dobro do que as do carro da Fiat.

Como se não bastasse a briga com a Fiat, a Volkswagen tem uma concorrência interna para o Gol: o Up!. “O Up! é melhor do que o G5, tem o motor melhor e, apesar de mais curto, internamente não tem diferença”, diz Fernando Calmon, colunista e especialista no mercado automotivo.

Ainda dentro da própria Volkswagen, o Gol ainda é pressionado pelo Fox. “Lançaram o Fox 2015, mas ainda havia um estoque grande do modelo 2014. Para se livrar desse estoque, a Volkswagen fez uma promoção muito grande para o Fox”, afirma Calmon.

Dentro da própria Volkswagen, “o Gol está imprensado por baixo, pelo Up!, e por cima, pelo Fox”, diz o consultor.

No entanto, o ano ainda não acabou. Ainda que as vendas do Gol estejam declinando, não é possível saber se, nos próximos meses, o carro se confirmará no segundo lugar este ano.

Segundo Fernando Calmon, o fim do ano é muito sujeito a variações cíclicas, como encomendas de locadoras de veículos e frotistas. “A Volkswagen ainda pode fazer uma manobra, para ampliar as vendas e manter a liderança nesse ano”, diz Calmon.

Mercado

Ainda que o Gol não se mantenha na liderança, isso não é ruim. Segundo Corrado Capellano, da consultoria de Negocios ltda, “já passamos da época de que era importante ter um produto líder”. Para ele, “dizer que a VW tinha o carro mais vendido era marketing. O que importa hoje é o volume total da montadora, seu portfólio todo”.

Atualmente, é muito mais fácil para uma montadora produzir muitos modelos diferentes. Com as plataformas estendidas, as montadoras conseguem fazer uma variedade muito grande de modelos, a partir de poucos elementos comuns.

Por isso, uma montadora pode produzir não um, mas vários carros, que podem atender a vários perfis de consumidores diferentes. “Hoje, a tendência das montadoras não é mais ter um produtor de grande volume. As montadoras querem dar ao consumidor a ideia de que aquele carro é exatamente para ele”, afirma ele.

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São Paulo - O império do Gol está minguando. Há quase três décadas, o modelo da Volkswagen é o carro mais popular do Brasil, mas a liderança está comprometida. Em outubro, as vendas acumuladas do Palio superaram o Gol.

No mês, o Palio chegou a 153,6 mil carros vendidos desde janeiro, e ultrapassou o Gol, com pouco mais de 153,4 mil unidades. A diferença – menos de 200 carros – pode parecer pequena, mas não para o Gol, que sempre liderou com uma folga grande do segundo lugar.

O carro perde vendas para o Palio, da Fiat, para o Onix, hatch da General Motors, e também para carros da mesma montadora, o Up! e o Fox.

Segundo especialistas, um dos motivos para a queda de vendas do Gol é a descontinuação do modelo G4, sua versão mais barata. O carro não possuía dois dispositivos de segurança, airbag e freios ABS, que se tornaram obrigatórios em janeiro.

Agora, o Gol está disputando as vendas com apenas um modelo contra a Palio, que tem com duas versões, o novo e o Fire. A disputa fica desigual.

Ao Valor Econômico, a empresa disse que a comparação entre os desempenhos do Gol e do Palio é inadequada. Seriam dois carros contra um único modelo. A montadora afirmou ao jornal que se consideradas apenas as novas gerações de ambos os modelos as vendas do Gol são mais do que o dobro do que as do carro da Fiat.

Como se não bastasse a briga com a Fiat, a Volkswagen tem uma concorrência interna para o Gol: o Up!. “O Up! é melhor do que o G5, tem o motor melhor e, apesar de mais curto, internamente não tem diferença”, diz Fernando Calmon, colunista e especialista no mercado automotivo.

Ainda dentro da própria Volkswagen, o Gol ainda é pressionado pelo Fox. “Lançaram o Fox 2015, mas ainda havia um estoque grande do modelo 2014. Para se livrar desse estoque, a Volkswagen fez uma promoção muito grande para o Fox”, afirma Calmon.

Dentro da própria Volkswagen, “o Gol está imprensado por baixo, pelo Up!, e por cima, pelo Fox”, diz o consultor.

No entanto, o ano ainda não acabou. Ainda que as vendas do Gol estejam declinando, não é possível saber se, nos próximos meses, o carro se confirmará no segundo lugar este ano.

Segundo Fernando Calmon, o fim do ano é muito sujeito a variações cíclicas, como encomendas de locadoras de veículos e frotistas. “A Volkswagen ainda pode fazer uma manobra, para ampliar as vendas e manter a liderança nesse ano”, diz Calmon.

Mercado

Ainda que o Gol não se mantenha na liderança, isso não é ruim. Segundo Corrado Capellano, da consultoria de Negocios ltda, “já passamos da época de que era importante ter um produto líder”. Para ele, “dizer que a VW tinha o carro mais vendido era marketing. O que importa hoje é o volume total da montadora, seu portfólio todo”.

Atualmente, é muito mais fácil para uma montadora produzir muitos modelos diferentes. Com as plataformas estendidas, as montadoras conseguem fazer uma variedade muito grande de modelos, a partir de poucos elementos comuns.

Por isso, uma montadora pode produzir não um, mas vários carros, que podem atender a vários perfis de consumidores diferentes. “Hoje, a tendência das montadoras não é mais ter um produtor de grande volume. As montadoras querem dar ao consumidor a ideia de que aquele carro é exatamente para ele”, afirma ele.

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