O Grupo Pão de Açúcar sob pressão
Em um dia cheio de apresentações de resultados financeiros de companhias de varejo, a maior empresa do setor no país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), é quem deve atrair mais atenção. Comandado pelo francês Casino, o grupo é dividido entre o setor “alimentar”, com Pão de Açúcar, Extra e Assaí Atacadista, e a Via […]
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 06h42.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h38.
Em um dia cheio de apresentações de resultados financeiros de companhias de varejo, a maior empresa do setor no país, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), é quem deve atrair mais atenção. Comandado pelo francês Casino, o grupo é dividido entre o setor “alimentar”, com Pão de Açúcar, Extra e Assaí Atacadista, e a Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio.
A Via Varejo divulgou seus resultados ontem, ao final do pregão. A receita total foi de 23,2 bilhões de reai, 8,7% a menos do que no mesmo período do ano passado. O prejuízo foi de 750 milhões de reais, o dobro de 2015. A estimativa do banco BTG Pactual é que a receita do setor alimentar seja de 11,7 bilhões, 12% a mais que no mesmo trimestre de 2015. Já o lucro deve cair mais de 51%, para 117 milhões.
Os resultados no setor alimentar foram impactados pela crise. De acordo com a empresa de pesquisas Nielsen, as vendas em 2016 em super e hipermercados foram 4,6% menores que em 2015, ano em que já haviam caído 1,2%. Se somar as lojas de “atacarejo”, a queda foi menor, de 3%. Isso se explica pelos bons resultados do Assaí Atacadista, que deve ter um aumento de 7,7% nas vendas em lojas abertas há mais de 12 meses.
Em novembro, o GPA anunciou que abriu o processo de venda da Via Varejo para focar no setor alimentar. Teriam interesse na companhia a chilena Falabella, o Grupo Steinhoff, da África do Sul, e a concorrente Lojas Americanas – que está fazendo uma nova captação de 1,5 bilhão com investidores, valor que bateria com os 43% de ações do GPA na companhia. A Via Varejo estava avaliada em pouco menos de 4 bilhões de reais antes do anúncio, mas já valorizou mais de um bilhão na bolsa. Também estariam sondando o grupo as chinesas Alibaba – que planeja entrar no país em 2017 – e Suning, além da sul-coreana Samsung. A questão é quem vai de fato investir para resolver parte dos problemas do GPA.