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O bônus de Zeinal Bava por sair da Oi: 5,4 milhões de euros

Saída do executivo foi anunciada nesta semana pela companhia de telecomunicação

Zeinal Bava: executivo deve receber bônus milionário por sair da Oi (Germano Lüders/EXAME.com)

Daniela Barbosa

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 09h01.

São Paulo - A Oi anunciou, na última terça-feira, a saída de Zeinal Bava da presidência. O executivo comandava a companhia desde meados do ano passado.

Segundo reportagem do Valor Econômico, desta quinta-feira, o executivo não vai poder trabalhar em outras companhias de telecomunicação nos próximos três anos e como bônus deve receber 5,4 milhões de euros, em 36 parcelas de 150.000 euros.

Bava desempenhou papel importante durante sua curta gestão na Oi. Ele esteve, por exemplo, à frente do processo de fusão com a Portugal Telecom e liderou uma oferta pública de ações, com captação final de 13,9 bilhões reais.

Bava já foi eleito inúmeras vezes melhor CEO do setor de telecomunicações no mercado europeu. Antes da Oi, ele comandava a Portugal Telecom .

Sua saída precipitada  pode ter relação com o calote de uma dívida de quase 1 bilhão de euros da Rioforte, que pertence ao Grupo Espírito Santo, que por sua vez é o principal sócio da Portugal Telecom.

Bayard Gontijo, diretor de finanças e de relações com investidores, vai assumir a função de Bava temporariamente.

São Paulo – A empresa de telefonia Oi foi presidida por seis CEOs. O último, Zeinal Bava, renunciou no último dia 7. Sua relação com os investidores e controladores do grupo já estava desgastada, por conta de dívidas contraídas com o Grupo Espírito Santo. Antes de Bava, outros presidentes assumiram a Oi com promessas de alavancar o negócio. Desistiram. Não alcançaram as metas impostas ou entraram em conflitos com os controladores da holding. Confira a seguir a história da empresa – e de seus presidentes – no decorrer dos anos.
  • 2. Manoel Horácio Silva

    2 /8(Stock.Xchange)

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    Um dos primeiros presidentes da empresa, na época ainda chamada de Telemar , foi Manoel Horácio Silva. Ele assumiu em fevereiro de 1999, um ano depois da criação da companhia, ao deixar o cargo de diretor-presidente da Vale do Rio Doce. A Telemar acabara de ser privatizada, criada pela divisão da Telebrás. A gestão de Silva a transformou na mais eficiente do setor.
    Silva também presidia o conselho de administração das 16 operadoras que formam a holding. No entanto, acabou sendo afastado em julho de 2001 pelo conselho da companhia telefônica. Ele teria sido destituído pelos acionistas da Telemar, que não estariam satisfeitos com o modelo de negócios implantado pelo executivo.
  • 3. Ronaldo Iabrudi

    3 /8(CAROL CARQUEJEIRO/Valor Econômico)

  • Por cinco anos, a Telemar foi presidida por Ronaldo Iabrudi. Quando assumiu a presidência em julho de 2001, tinha a missão de torná-la mais enxuta, racional e lucrativa. Em 2002, a empresa criou sua linha para operações móveis, a Oi, a primeira a ser 100% brasileira. Os seus anos de presidência não se provaram tão lucrativos. No período, as margens de lucro caíram, o faturamento permaneceu praticamente estagnado e os sócios, que já não se entendiam às mil maravilhas, começaram a ter sérias divergências quanto ao rumo do negócio. Em meio à confusão, Iabrudi deixou a presidência da Telemar.
  • 4. Luiz Eduardo Falco

    4 /8(Andre Dusek/AE)

    O terceiro presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, tinha grandes ambições para a empresa – integrar Oi e Telemar. Foi de Falco a decisão de mudar o nome da companhia para Oi, criando uma das marcas mais valiosas do país.  Por fim, após a aquisição da Brasil Telecom, em abril de 2008, o executivo paulista passou a comandar o quarto maior grupo privado brasileiro, com um faturamento de 46 bilhões de reais e mais de 60 milhões de clientes. À frente desse colosso, Falco tornou-se um dos executivos mais bem pagos do Brasil. No entanto, depois do processo de fusão começaram especulações sobre sua substituição. Em abril de 2011, ele anunciou que anteciparia sua saída para o final de junho. A revista EXAME informou que o presidente enfrentava a insatisfação dos controladores da empresa com o nível de endividamento da companhia, que estava na casa dos 22 bilhões.
  • 5. Francisco Valim

    5 /8(Carol Carquejeiro / Divulgação)

    O executivo Francisco Valim deixou, em junho de 2011, o cargo de presidente da Experian para Europa, Oriente Médio, África e América Latina para assumir o comando da Oi. No entanto, assim como seu antecessor, deixou os acionistas descontentes. Oito meses depois de Valim ter sido contratado, ele apresentou um plano ao conselho e teve carta branca para isso, mas não entregou o resultado. Assim, ele deixou o cargo em janeiro de 2013 por não ter cumprido as metas de crescimento estabelecidas para o ano anterior pela companhia. Além disso, os portugueses da Portugal Telecom (PT) teriam pressionado pela saída de Valim.
  • 6. José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha

    6 /8(sxc.hu)

    Por alguns meses, enquanto a sucessão de Francisco Tosta Valim Filho estava sendo discutida, a presidência da Oi ficou nas mãos de José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha. Carneiro da Cunha se licenciou da função de presidente do conselho de administração da Oi para assumir o cargo. Ele fora membro do conselho da Tele Norte Leste de dezembro de 1999 a julho de 2002, retornando em 2007 como presidente da conselho, até fevereiro de 2012.
  • 7. Zeinal Bava

    7 /8(Divulgação)

    Assim como aqueles que vieram antes, o moçambicano Zeinal Bava assumiu a Oi com promessas de endireitar a companhia. O executivo esteve à frente do processo de fusão com a Portugal Telecom e liderou uma oferta pública de ações, com captação final de R$13,96 bilhões. No entanto, sua gestão começou a desandar quando foi divulgada a notícia de que a PT havia emprestado 897 milhões de euros ao grupo Espírito Santo, supostamente sem o conhecimento dos controladores ou de Bava. O saldo foi uma dívida líquida de R$46,2 bilhões para a Oi, segundo o Valor. A relação com os sócios nacionais da Oi, Andrade Gutierrez e grupo La Fonte, também estava desgastada, após o rombo de quase R$ 3 bilhões deixado por títulos de dívida adquiridos pela PT no começo do ano da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo. Em outubro de 2014, Zeinal Bava renunciou ao cargo.
  • 8. Veja agora 10 presidentes de empresas com começo de carreira inusitado

    8 /8(Flickr/Creative Commons/Collin Anderson)

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