Marissa Mayer, CEO do Yahoo: “estamos bem no começo do que o conselho quer fazer” (David Paul Morris/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 20h18.
No entanto, ao dizer que analisará a possibilidade de colocar à venda ativos essenciais da companhia, Mayer sinalizou que talvez ela também esteja sem opções para revitalizar o Yahoo por conta própria.
“Estamos bem no começo do que o conselho quer fazer”, disse Mayer no fim da terça-feira.
“Resta ver exatamente que tipos de interesses vão se revelar, mas estamos abertos a qualquer transação. Estamos abertos a qualquer proposta bem qualificada”.
Essa foi a mais recente de uma enxurrada de mudanças estratégicas nos últimos meses, todas visando a impulsionar o crescimento e, ao mesmo tempo, a encontrar um modo de se desfazer de ativos valiosos nas operações asiáticas de internet sem incorrer em grandes encargos fiscais.
À medida que o desempenho da empresa piorava e as ações desabavam, acionistas ativistas, como Starboard Value, deram um basta e pediram mudanças na liderança ou uma venda.
Partes interessadas
Diversas partes demonstraram interesse em uma possível transação do Yahoo. Representantes da Verizon Communications, gigante do setor de telecomunicações, disseram publicamente que analisariam um acordo.
As empresas de private equity TPG e Bain Capital Partners também estão estudando ofertas pelo Yahoo, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.
Apesar do interesse da Verizon, as duas empresas não discutiram uma venda, de acordo com uma pessoa informada sobre o assunto.
Mayer vem tentando tirar o Yahoo do atoleiro desde que assumiu o cargo de CEO em 2012. No fim do ano passado, ela abandonou um plano para separar seus valiosos ativos asiáticos para os acionistas e disse que, em vez disso, iria considerar uma divisão reversa de outras unidades em uma empresa independente, gerando mais críticas à sua estratégia.
O portal da internet disse na terça-feira que continuará seguindo esse plano e o conselho vai “se envolver com propostas estratégicas qualificadas”.
Plano estratégico
Como parte do novo plano estratégico, o Yahoo quer reduzir os custos em mais de US$ 400 milhões até o fim do ano e visa a gerar uma receita de US$ 1,8 bilhão em 2016 através das unidades conhecidas como Mavens, que incluem propagandas via aparelhos móveis, vídeo, conteúdo original e plataformas sociais.
Mayer disse em entrevista à Bloomberg TV na quarta-feira que seu objetivo é fazer com que o negócio principal da empresa “valha o máximo que puder valer”.
Isso significa “maximizar a receita, executar nosso plano de receita da melhor forma possível, administrar muito bem nossos custos”, disse ela, e “fazer o melhor que pudermos para retornar valor aos investidores”.
“Cortar custos e se concentrar nas áreas de crescimento da renda deveria tornar o negócio operacional mais atraente para um possível comprador”, disse Paul Sweeney, analista da Bloomberg Intelligence.
Embora Mayer e o conselho tenham minimizado quaisquer cenários drásticos no ano passado, pessoas com conhecimento do assunto disseram no mês passado que o Yahoo estava considerando uma venda direta da empresa.