P&G: em agosto do ano passado, companhia disse que poderia vender 100 marcas (Bloomberg)
Luísa Melo
Publicado em 9 de julho de 2015 às 13h08.
São Paulo - A P&G, dona da Pantene e do Ariel, anunciou nesta quinta-feira (9) que concordou em vender 43 de suas marcas de beleza para a Coty por 12,5 bilhões de dólares (algo em torno de 40,5 bilhões de reais).
A transação inclui rótulos da linha de produtos profissionais para salões e de tinturas, cosméticos e fragrâncias para varejo.
"Isso representa um passo significativo no trabalho de focar nosso portfólio nas dez categorias e 65 marcas que melhor alavancam a P&G em suas principais competências", disse o presidente global da empresa, AG Lafley, em comunicado.
Uma decisão final sobre o negócio ainda não foi tomada, mas a P&G acredita que ele deve ser fechado por meio de Reverse Morris Trust (RMT).
Pela operação, ocorreria uma separação dos segmentos vendidos, originando uma nova que companhia que, depois, se fundiria à Coty e distribuiria papéis aos acionistas da P&G.
Os investidores da P&G ficariam com 52% da empresa combinada e a Coty, com 48%. O acordo deve ser finalizado no segundo semestre do próximo ano.
A venda engloba marcas como Wella, Koleston, Clairol, Wellaton, e perfumes como Hugo Boss, Dolce & Gabbana, Gucci, Lacoste, bruno banani, Christina Aguilera, Escada, Gabriela Sabatini, James Bond 007, Mexx, Stella McCartney, Alexander McQueen, Max Factor e Covergirl.
A Coty já é dona de marcas licenciadas de perfumes como Adidas, Calvin Klein e Marc Jacobs.
Foco no core
A expectativa da venda dos negócios de beleza da P&G existe há quase um ano. Em agosto do ano passado, a companhia disse que poderia se desfazer de 100 marcas, metade do seu portfólio.
"Vamos criar uma empresa mais rentável e mais simples para gerenciar e operar, assim nosso crescimento se dará de forma mais acelerada", disse Lafley, na época.
Em novembro de 2014, ela vendeu sua fabricante de pilhas Duracell ao Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, por 4,7 bilhões de dólares.
No primeiro trimestre deste ano, as vendas de produtos para beleza, cabelo e higiene pessoal da P&G caíram 11%. A divisão foi a única apresentar queda excluindo efeitos do câmbio.