Negócios

Justiça investiga TelexFREE por suposta formação de pirâmide

Ministério da Justiça instaura processo administrativo para investigar empresa que paga participantes pela divulgação de anúncios na internet

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2013 às 09h19.

São Paulo -  O Ministério da Justiça (MJ) abriu nesta quinta-feira (28) um processo administrativo contra a empresa TelexFREE por indícios de formação de pirâmide financeira. 

Segundo o site TelexFREE Brasil Oficial no Brasil: "A TelexFREE é uma empresa americana que atua no mercado há 10 anos, e em 1º de Março de 2012 entrou no Brasil com um plano de divulgação onde você é pago para divulgar a empresa. A empresa oferece a você anúncios prontos, onde você copia o anúncio e cola em sites de classificados gratuitos. TelexFREE - Ganhe Dólares Postando Anúncios na Internet!"

O principal produto dos anúncios divulgados é o sistema de comunicação VoIP (telefonia pela internet).

Para se tornar um divulgador do produto, é preciso fazer um cadastro e pagar uma taxa de adesão. No site TelexFREE Oficial Brasil, é possível ver os preços de um dos planos de adesão, conforme o trecho transcrito abaixo

"a) Sendo um Partner (pagou U$30 – Adesão) Deve primeiro adquirir uma adcentral, clicando no link UP-GRADE, que fica dentro do seu escritório virtual, comprando uma adicional (paga U$269.00). E somente após a sua ativação poderá compra mais 4 adicionais (U$269 X 4 = U$1.076) e assim se tornará um Family. b) Sendo um adcentral (pagou U$299.00 – Adesão) Deve adquirir sua 4 adicionais, clicando no link UP-GRADE que fica dentro do seu escritório virtual, pagando U$1076.00"

De acordo com o comunicado oficial do MJ, a empresa estaria ofendendo alguns princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veiculação de publicidade enganosa e abusiva

O comunicado diz ainda que o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), da Secretaria Nacional do Consumidor (MJ), órgão que instaurou o processo, tem recebido desde o início do ano denúncias sobre possíveis fraudes da empresa de órgãos estaduais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, principalmente do Procon e Ministério Público do Acre. 

Se a formação da pirâmide for confirmada, a empresa poderá ser multada em mais de 6 milhões de reais.

Nos esquemas de pirâmide os participantes são incentivados a convidar outras pessoas a fazer parte negócio. Normalmente, os novos colaboradores pagam para entrar no esquema, ou precisam comprar o produto em questão para garantirem seu ingresso. Os lucros, portanto, são provenientes da entrada de novos colaboradores e não da venda do produto a terceiros.

Defesa

Em declarações à imprensa, o advogado da empresa, Horst Fuchs, negou a ocorrência de fraude ou formação de pirâmide. Em entrevista ao portal G1, o advogado declarou que: "[...] a venda de pacotes de telefonia VoIP conta com a indicação de consumidores que são remunerados à exata medida de novos consumidores [...]" e que "[...] a recompensa é resultado da indicação e não da adesão". "O marketing multinível, quando remunera sobre o consumo e não sobre o valor das adesões, não configura, obviamente, uma pirâmide financeira", defendeu Fuchs.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilEsquemas de pirâmideFraudesTelexFREEVoiP

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia