Negócios

Fornecedoras da Renner pagarão R$ 1 mi por trabalho escravo

MP firmou termo com confecções que atendem à Renner, que deverão desembolsar quantia após serem flagradas com trabalhadores em situação análoga à de escravos


	Lojas Renner: na semana passada, a Renner recebeu 30 autuações no valor aproximado de R$ 2 milhões
 (GERMANO LUDERS)

Lojas Renner: na semana passada, a Renner recebeu 30 autuações no valor aproximado de R$ 2 milhões (GERMANO LUDERS)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 19h27.

São Paulo - O Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com as confecções Kabriolli Indústria e Comércio de Roupas e a Indústria Têxtil Betilha, empresas da linha de produção das Lojas Renner, flagradas com 37 trabalhadores em situação análoga a de escravos na semana passada.

De acordo com o TAC, divulgado hoje (2), a Kabriolli e a Betilha terão de desembolsar R$ 1 milhão juntas para o pagamento de verbas rescisórias, salariais e de danos morais individuais aos trabalhadores.

Na semana passada, a Renner recebeu 30 autuações no valor aproximado de R$ 2 milhões.

As empresas também terão de readmitir os trabalhadores a partir de fevereiro de 2015, quando termina o pagamento do seguro-desemprego, e prover estabilidade no emprego pelo prazo mínimo de seis meses a todos os 37 bolivianos resgatados.

“Embora o TAC tenha sido firmado com as confecções Betilha e Kabriolli, os procuradores ressaltaram que isso não isenta a responsabilidade das Lojas Renner e nem reconhece a licitude da cadeia produtiva. Para o MPT, o TAC foi firmado apenas para a imediata proteção dos trabalhadores resgatados e desamparados”, diz nota do MPT à imprensa.

Nas duas oficinas da cadeia de produção da Renner, a fiscalização do Ministério do Trabalho constatou condições degradantes de alojamento, jornada de trabalho exaustiva de 16 horas, retenção e descontos indevidos de salários, servidão por dívida, uso de violência psicológica, verbal e física e manipulação de documentos contábeis trabalhistas sob fraude.

“A empresa Lojas Renner, responsável por toda a cadeia produtiva, a qual controla e mantém economicamente, pratica dumping social, quando uma empresa obtém vantagem financeira por meio da desvalorização da mão de obra para obtenção de lucro, ao se beneficiar de trabalhadores em condições análogas às de escravo, da sonegação dos seus direitos e da exploração da sua mão de obra, além de perpetrar prática discriminatória em face da coletividade boliviana”, destaca o comunicado do MPT.

Acompanhe tudo sobre:ComércioEmpresasEmpresas abertasRennerRoupasTrabalho escravoVarejo

Mais de Negócios

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico

Clube dos bilionários: quem tem mais de US$ 100 bilhões em patrimônio?