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CEO diz que Wells Fargo soube de fraude de cartões em 2013

O banco norte-americano está sendo criticado por fraude na abertura de cartões de crédito fictícios no nome de clientes sem que estes soubessem


	Wells Fargo: 5.300 foram demitidos por fraude na abertura de cartões de crédito a clientes sem que estes soubessem
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Wells Fargo: 5.300 foram demitidos por fraude na abertura de cartões de crédito a clientes sem que estes soubessem (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2016 às 19h23.

São Paulo – O CEO do banco Wells Fargo disse que descobriu os primeiros indícios de fraudes em 2013 e que “deveria ter feito mais, mais cedo”.

John Stumpf foi questionado hoje, 20, por senadores do Comitê Bancário dos Estados Unidos, sobre o escândalo que foi divulgado há duas semanas.

O banco norte-americano, que tem 40 milhões de clientes na sua divisão de varejo, está sendo criticado por fraude na abertura de cartões de crédito fictícios no nome de clientes sem que estes soubessem, para aumentar os números de vendas da empresa.

Cerca de 5.300 funcionários foram demitidos nos últimos cinco anos por conta dessas práticas e a empresa fechou um acordo para pagar US$ 185 milhões de multa para encerrar o caso.

O executivo, que também é chairmain do Wells Fargo, afirmou que anos se passaram entre descobrir o problema e entender a magnitude da questão e que, se pudesse voltar no tempo, desejaria ter consertado a fraude muito mais cedo.

Para consertar o problema, o banco está telefonando seus clientes para descobrir se eles autorizaram ou não a abertura de uma conta de cartão de crédito

Encontrando os culpados

Há uma semana, o presidente havia dito que a culpa das fraudes era de funcionários desonestos e que não seguiram a cultura do banco. “Gostaria de ter zero demissões. Mas, se eles não vão fazer o que pedimos a eles que façam – colocar o cliente em primeiro lugar e honrar nossas visões e valores – eu não os quero aqui”, disse ele.

O executivo tentou se corrigir ao afirmar que a responsabilidade também era do programa de incentivo, que condicionava o salário dos funcionários do varejo do banco às contas abertas por eles.

Diante do Senado americano, seu discurso mudou. Ele assumiu total responsabilidade pelas práticas de venda antiéticas e pediu desculpas, mas disse que não houve “esforço orquestrado ou esquema” da parte da companhia para incentivar essas ações. Confira sua defesa completa aqui.

Em outra ocasião, Stumpf afirmou que os salários dos funcionários demitidos eram bastante altos, de US$ 30.000 a US$ 60.000 por ano. Questionado hoje pelo senador Robert Menendez sobre seu próprio salário, o executivo afirmou que ano passado recebeu US$ 19,3 milhões. 

O senador Richard Shelby também pressionou o Escritório para Proteção Financeira do Consumidor, questionando “quantas milhões de contas não autorizadas são necessárias antes que o escritório note” o problema.

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