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Com maiores multas, caem vazamentos de fusões e aquisições

Enquanto em 2013 8,8% dos acordos feitos globalmente vazaram antes do anúncio público, em 2014 o índice foi de 6%, segundo pesquisa da Intralinks


	Dinheiro: na média, transações que vazam saem mais caro, aponta estudo
 (Thinkstock/AndreyPopov)

Dinheiro: na média, transações que vazam saem mais caro, aponta estudo (Thinkstock/AndreyPopov)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 16h34.

São Paulo - O vazamento de informações sobre futuras fusões e aquisições caiu para o nível mais baixo em seis anos no mundo todo, segundo pesquisa da empresa de tecnologia Intralinks.

Enquanto em 2013 8,8% dos acordos feitos globalmente vazaram antes do anúncio público, em 2014 o índice foi de 6%. A média de furos registrados de 2009 até o ano passado ficou em 7,4%.

Foram analisadas 4.400 operações fechadas por empresas de capital aberto, anunciadas entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2014.

Os vazamentos foram identificados por meio do monitoramento das ações da empresa-alvo. Um volume de negociação acima da média nos 40 dias que antecedem a transação indica que a notícia pode ter vazado. O índice de precisão é de 95%, segundo a Intralinks.

De acordo com o estudo, a queda pode ser explicada por uma aplicação mais rigorosa da regulação, pela instituição de governanças internas mais fortes e o aumento dos riscos para a transação quando ela é vazada.

Nos últimos dois anos, as ações de fiscalização e multas por abusos de mercado cresceram significativamente. O valor médio de uma indenização subiu 18 vezes nos últimos cinco anos na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, conforme a Intralinks.

"Os vendedores e seus conselheiros estão levando a questão da confidencialidade do pré-anúncio muito mais a sério", disse em nota Philip Whitchelo, vice-presidente de estratégia da companhia.

Por região

No período entre 2009 e 2014, a média de vazamentos foi de 9,2% na região que compreende a Europa, o Oriente Médio e a África. Na América do Norte, a fatia ficou em 6,3%. Se considerado apenas o ano passado, as parcelas ficaram em 3,8% e 8,0%, respectivamente.

Na América Latina, os índices são muito voláteis devido à amostragem pequena. Em 2009, 2011 e 2012 nenhum vazamento foi registrado no subcontinente. Em 2010, 12,5% dos acordos sofreram furos; em 2013, 9,1%; e em 2014, 22,2%.

"Na América Latina e no Brasil, o maior volume de fusões e aquisições ainda envolvem empresas fechadas, o que torna mais difícil a apuração", explicou em nota Cláudio Yamashita, diretor geral da Intralinks.

Mais caras

Conforme aponta a pesquisa, os negócios que vazam acabam saindo mais caros.

Durante os seis anos analisados, a média do takeover premium (diferença entre o valor estimado de uma empresa e o preço pelo qual ela é comprada) para as transações que sofreram furos foi de 51,2%. Já para aquelas em que não houve vazamentos, a média foi de 29,2%.

Segundo a Intralinks, isso pode acontecer porque operações que são divulgadas antes da hora têm tendência a atrair mais concorrentes. De 2009 a 2014, 7,3% das fusões e aquisições que vazaram receberam ofertas da concorrência, frente a 6,1% das que não vazaram. 

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