Negócios

Netflix negocia parcerias para entrar na China

A Netflix negocia com uma empresa financiada por Jack Ma, do Alibaba, para entrar no mercado de vídeos on-line do país, avaliado em US$ 5,9 bilhões


	Netflix: entrar na China permitiria que a emissora aproveite o que, segundo previsões, será um crescimento explosivo da TV on-line no país
 (Pascal Le Segretain/Getty Images)

Netflix: entrar na China permitiria que a emissora aproveite o que, segundo previsões, será um crescimento explosivo da TV on-line no país (Pascal Le Segretain/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 22h15.

A Netflix Inc. está negociando com uma empresa de mídia chinesa financiada por Jack Ma e com outros possíveis parceiros no intuito de entrar ao mercado de vídeos on-line do país, avaliado em US$ 5,9 bilhões, segundo fontes do setor.

A Netflix organizou discussões com empresas como a Wasu Media Holding Co. para formar uma parceria, segundo as fontes, que pediram anonimato porque as negociações são privadas.

A Netflix planeja “ser quase mundial para o fim de 2016”, disse uma porta-voz, Anne Marie Squeo, em resposta a perguntas sobre uma possível parceria na China.

Entrar na China permitiria que a emissora de “House of Cards” e “Orange Is the New Black” aproveite o que, segundo previsões, será um crescimento explosivo da TV on-line no país com 1,4 bilhão de habitantes.

Espera-se que o mercado quase triplique, para 90 bilhões de yuan (US$ 14,50 bilhões) em 2018, segundo a consultoria de internet IResearch, com sede em Xangai.

Uma parceria local seria essencial devido aos estritos controles do governo chinês sobre o licenciamento de conteúdos on-line. A Netflix quer um sócio que tenha licenças de conteúdos para todos os dispositivos – inclusive celulares, computadores e conversores de TV, segundo as fontes –.

A Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Filmes e Televisão da China concedeu licenças de TV por internet a sete empresas, entre elas a Wasu.

A Wasu não respondeu imediatamente a um e-mail com pedido de comentários. Dois telefonemas para a linha geral da Wasu não foram atendidos.

Censura de conteúdos

A Netflix, com sede em Los Gatos, Califórnia, está investindo muito em programação original para manter o crescimento dos negócios nos EUA e apoiar a expansão internacional. Em uma conferência com investidores em 13 de maio, o diretor de conteúdos, Ted Sarandos, disse que a Netflix pretende “tentar compreender a China e como entrar lá”. A empresa não pretende ir à China sem um parceiro, disse ele.

“Estamos abertos a todos os diferentes modelos para acabar entrando lá, porque queremos ser completamente mundiais”, disse ele. “E a China é uma parte bastante grande do mundo para que seja uma exceção”.

A Netflix teria que resolver as regulamentações de censura de conteúdos com as autoridades chinesas. A partir de abril, novos episódios de programas estrangeiros – entre eles “Mad Men: Inventando Verdades” e “Os Simpsons” – só poderão ser exibidos depois que a temporada do programa tenha acabado, segundo um anúncio do governo.

Os episódios precisam ser entregues a censores para sua aprovação, e conteúdos considerados violentos, sexuais ou ofensivos pelo Partido Comunista no poder poderão ser removidos, segundo os anúncios.

A Wasu, uma das primeiras empresas na China a obter uma licença de TV por internet do governo, vem trabalhando com a Alibaba Group Holding Ltd., de Ma, para produzir conversores de TV desde 2013. A Wasu opera TV a cabo e redes de banda larga em Hangzhou, onde fica a sede da Alibaba.

Em abril do ano passado, a Wasu disse que venderia uma participação de 20 por cento para Ma, o presidente do conselho da Alibaba, e para outro bilionário, Shi Yuzhu.

Acompanhe tudo sobre:NetflixEmpresasÁsiaChinaAlibabaEmpresas chinesasJack Ma

Mais de Negócios

Food to Save alcança 8 milhões de sacolas e um crescimento de 5.233%

'Algumas situações podem ser potencializadas com IA, mas com limites', diz diretora do Dante

Construtora de residencial mais alto de BC projeta dobrar vendas em 2026

Banco da Amazônia anuncia nova unidade em São Paulo