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Nestlé enfrenta obstáculos para atender à demanda, diz CEO

A produção desacelera devido às dificuldades logísticas, menor número de funcionários para cumprir quarentenas, além de novas medidas de segurança

Nestlé: A demanda na China por alimentos migra em direção a produtos mais baratos, longe das faixas premium após o surto (Stefan Wermuth/Bloomberg/Getty Images)

Nestlé: A demanda na China por alimentos migra em direção a produtos mais baratos, longe das faixas premium após o surto (Stefan Wermuth/Bloomberg/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2020 às 12h00.

Última atualização em 7 de abril de 2020 às 12h00.

A Nestlé enfrenta desafios para acompanhar o apetite dos consumidores em meio aos obstáculos que desaceleram a produção na maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, disse o diretor-presidente Mark Schneider.

A empresa, dona da marca de água Pure Life e pizzas DiGiorno, observa uma demanda muito forte por alimentos básicos e bebidas, embora muitas de suas fábricas não consigam operar com 100% da capacidade, disse Schneider em entrevista à Bloomberg Television.

A produção desacelera devido às dificuldades logísticas, menor número de funcionários que precisam ficar em casa para cumprir quarentenas ou por doença, além de novas medidas de segurança, disse Schneider. A propagação do novo coronavírus desestabilizou o setor de alimentos com o estoque de produtos por consumidores e alta dos preços das commodities.

“Chegar aos níveis normais de fabricação é uma conquista bastante notável no momento”, disse.

A demanda na China migra em direção a produtos mais baratos, longe das faixas premium após o surto. É provável que esse comportamento se repita em outras regiões depois que a crise de saúde for superada devido a um ambiente de recessão, disse o executivo alemão-americano.

“No momento, estamos muito, muito focados no curto prazo para realmente atender à demanda”, disse Schneider. São palavras atípicas da Nestlé, que se orgulha de ter uma visão de longo prazo.

Schneider disse que o maior desafio enfrentado pelas fábricas da Nestlé foi após o Ano Novo Chinês na China. As 30 fábricas da empresa suíça começaram a reabrir no início de fevereiro, mas operaram com cerca de 30% da capacidade por um período, pois muitos funcionários não conseguiram voltar ao trabalho devido às restrições de viagens. Unidades de outros países estão em melhor situação.

A Nestlé disse na semana passada que planeja manter os dividendos deste ano, em contraste com muitas empresas globais que cancelaram os pagamentos para economizar recursos. Schneider disse que seria um erro fornecer qualquer previsão para este ano.

Em fevereiro, a fabricante do Nescafé previu que as vendas continuariam a subir neste ano. No entanto, a empresa adiou a meta de crescimento que havia planejado para 2020.

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