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Nem iFood, nem Magalu: na guerra dos apps, um setor cresce após reabertura

Aplicativos são uma das grandes estratégias das empresas na fidelização dos clientes, mas nas últimas semanas o número de novos downloads desacelerou

iFood: app mais baixado na categoria cresce menos que no ano passado (Germano Lüders/Exame)

iFood: app mais baixado na categoria cresce menos que no ano passado (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 10h34.

Com a reabertura das lojas físicas, o comércio eletrônico dá sinais de desaceleração. A recuperação do tráfego de pessoas nas lojas e locais de entretenimento está estável, em cerca de 20% abaixo dos níveis pré-pandemia nas últimas três semanas, segundo levantamento feito pelo banco Goldman Sachs.

Um dos indicadores é o número de downloads dos aplicativos das principais varejistas. Após um pico nos downloads dos aplicativos de diferentes lojas em junho - uma das grandes estratégias das empresas na fidelização dos clientes - nas últimas duas semanas o número de downloads afrouxou para a menor alta do ano, de 15%. Rappi, iFood, e Mercado Livre viram os números de novos downloads de seus aplicativos encolherem nas últimas semanas, segundo o Goldman Sachs, com crescimento menor do que no ano passado. 

Há um setor, no entanto, que continua fortalecido na disputa por um espaço no celular de seus consumidores: o de roupas, calçados e acessórios. Apps do segmento continuam sendo baixados quase três vezes mais do que no ano passado, com alta de 193% de 12 a 25 de outubro. O mais baixado nessa categoria é o da C&A, seguido por Renner e Centauro. 

Os aplicativos de beleza também continuam em alta, embora não tão aquecidos quanto há alguns meses. Nas últimas duas semanas, apps de empresas como Natura, Boticário e Raia Drogasil viram alta de 124%. O pico foi em setembro, com alta de 185% nos downloads. O Boticário é o aplicativo mais baixado nesse segmento, com alta de 713% no último período analisado.

Supermercados e delivery

Os aplicativos de mercados e delivery são os com a maior queda no número de novos downloads em relação ao mesmo período do ano passado, com queda de 30% nas últimas duas semanas. Antes da pandemia, a alta era de 40% no número de downloads. 

De acordo com o levantamento do Goldman Sachs, o iFood cresce menos do que no ano passado - a diferença é de 43% de 19 a 25 de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado. O aplicativo de delivery brasileiro, no entanto, continua sendo o mais baixado no ano, com downloads maiores do que a soma de todos os concorrentes. O Rappi teve queda de 9% e o Carrefour, de 28%. 

James Delivery, do Grupo Pão de Açúcar, e Supermercado Now, comprado este ano pela B2W, continuam em alta de 43% e 685%, respectivamente. O fato de serem aplicativos mais novos, principalmente o Now, pode explicar a alta constante.

Os aplicativos da B2W, controlado pela Lojas Americanas, e do Mercado Livre, também desaceleraram nas últimas semanas. Depois de um pico de aumento de 334% nos downloads por conta da semana promocional Prime Week, o app da Amazon no Brasil está com alta de 194% nos downloads. Mesmo com essa forte alta, o aplicativo da Amazon ainda está em sétimo no número de downloads esse ano. Em números absolutos, os três mais baixados são Americanas, Magazine Luiza e Mercado Livre.

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