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Nec muda foco no Brasil e vai prestar serviços de TI

A NEC do Brasil, que chegou a ser uma das maiores fabricantes de equipamentos de telecomunicações do país, está mudando o foco de seu negócio. A subsidiária da companhia japonesa alinhou-se à estratégia da matriz e passará a prestar serviços de integração para empresas e para o setor público. Mudamos nosso posicionamento estratégico, afirma Paulo […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A NEC do Brasil, que chegou a ser uma das maiores fabricantes de equipamentos de telecomunicações do país, está mudando o foco de seu negócio. A subsidiária da companhia japonesa alinhou-se à estratégia da matriz e passará a prestar serviços de integração para empresas e para o setor público. Mudamos nosso posicionamento estratégico, afirma Paulo Castelo Branco, presidente da empresa, que faturou 600 milhões de reais em 2002.

Dos 40 bilhões de dólares faturados pela NEC no mundo em 2002, cerca de 40% (ou 16 bilhões de dólares) foi proveniente do mercado de tecnologia da informação (TI). Com expectativa de faturar 250 milhões de reais no Brasil em 2003, a Nec não informa quanto disso será gerado com os novos negócios, mas calcula que o segmento de serviços de TI brasileiro, onde passará a atuar, vale cerca de 5,6 bilhões de reais. Seus concorrentes serão gigantes como IBM e EDS.

A maior parte do faturamento da Nec no Brasil ainda vem do mercado de telecomunicações, do qual chegou a ser líder absoluta. Há 35 anos presente no Brasil (que serão completados nesta quarta-feira, 26/11), a Nec foi a maior fornecedora de equipamentos para a antiga Telebrás em 1997, seu faturamento foi de 1,4 bilhão de dólares no país. Com a abertura do mercado em 1998, a Nec foi obrigada a dividir espaço com gigantes como Lucent, Nortel e Alcatel. Nos últimos dois anos, a companhia perdeu ainda mais competitividade ao decidir ficar de fora do segmento de telefonia celular. Hoje, a maior parte do faturamento da Nec vem da telefonia fixa, um segmento estagnado desde o ano passado. Segundo a empresa, 32% das redes de telefonia fixa atuais funcionam com equipamentos Nec.

De acordo com dados do anuário Melhores e Maiores de EXAME, o lucro da NEC caiu de 264 milhões de reais em 1997, para um prejuízo de 1,2 bilhão em 2001 e 995 milhões em 2002. (Os valores foram atualizados para reais atuais.) O tamanho do tombo pode ser percebido também pelo enxugamento do quadro de funcionários: de 3 mil, em 1998, para os atuais 370. Ainda teremos prejuízo este ano, diz Hiromi Furumoto, diretor de finanças da NEC. Mas zeramos nosso endividamento e em dois anos teremos lucro líquido.

A opção pela prestação de serviços, portanto, é lógica além de não ser novidade entre os fabricantes de equipamentos de telecomunicações. Gigantes como a americana IBM e a francesa Alcatel já estão no ramo há algum tempo. A novidade da Nec está na escolha do setor público como um dos pilares de sua reestruturação. Nosso faturamento não traz mais negócios do passado. Estamos prontos para crescer com critério e muito cuidado, afirma Castelo Branco.

Segundo o executivo, a filial brasileira fechou uma parceria com a NEC da Argentina, que já tem vários negócios com o governo daquele país. Na província de São Luís, por exemplo, a NEC Argentina é a responsável por um projeto de governo eletrônico e inclusão digital.

Para cuidar do novo segmento de mercado, a Nec mudou internamente: serão criadas duas divisões, uma voltada às operadoras e outra para atender governos e corporações, para a qual a empresa espera contratar um executivo ainda em 2003.

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