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Ministério prevê solução da BRF em 30 dias, diz secretário

O Ministério da Agricultura prevê resolver a questão envolvendo a empresa em até 30 dias

Ministério da Agricultura: é prevista uma resolução em até 30 dias (Nacho Doce/Reuters)

Ministério da Agricultura: é prevista uma resolução em até 30 dias (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2018 às 14h58.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 16h28.

São Paulo - O Ministério da Agricultura prevê resolver a questão envolvendo a suspensão temporária da produção e certificação sanitária de produtos de aves da BRF exportados do Brasil para a União Europeia (UE) em até 30 dias, disse nesta sexta-feira o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Luiz Eduardo Rangel.

"Vamos negociar em clima um pouco mais favorável, porquefizemos hoje a suspensão da certificação das exportações para láe acreditamos que seja sinal positivo para mantermos acredibilidade do serviço veterinário", afirmou Rangel ajornalistas no intervalo de seminário em São Paulo.

O ministério decidiu interromper temporariamente a produção e certificação sanitária de produtos de aves da BRF exportados do Brasil para a União Europeia a partir desta sexta-feira, em mais um revés para a maior exportadora de carne de frango do mundo.

Na semana passada, a BRF foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que investiga fraudes em laudos de certificação de produtos de aves e culminou na prisão de executivos da companhia, incluindo o ex-presidente Pedro Faria, e no fechamento de unidades de produção.

"A operação foi circunscrita à relação da BRF com laboratórios que sustentam a certificação e ficou claro para os europeus e para o resto do mundo que foi um episódio pontual", disse o secretário.

Ele ressaltou que o governo brasileiro está convicto de que os aspectos levantados pela UE para a suspensão dos embarquessão inadequados. "Temos controle de redundância suficiente para garantir que os produtos exportados para lá tenham as garantias sanitárias que eles precisam", afirmou.

De acordo com Rangel, dentro dos riscos mapeados na cadeia produtiva de aves apenas duas espécies de salmonela têm justificativa técnico-cientifica para a imposição de uma barreira comercial.

"Os outros tipos não se justificam e a Europa utiliza qualquer tipo de salmonela como barreira ao processo", observou, acrescentando que o assunto já foi motivo de questionamento na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Mas o governo brasileiro decidiu não avançar com essa discussão após a operação Trapaça, da Polícia Federal. "Fomos cautelosos e recuamos para poder manter os mercados abertos para o Brasil", disse o secretário.

Rangel viajará para Bruxelas na próxima semana em uma equipe de quatro pessoas para negociar com as contrapartes europeias e apresentar os mais recentes esforços do governo brasileiro para reforçar as análises dos ciclos da salmonela.

"Meu modelo já é rigoroso porque fizemos reforços depois da Carne Fraca, em 2017, mas apertamos ainda mais a amostragem desde a operação Trapaça para dar mais garantias", explicou o secretário, destacando que as mudanças devem encarecer o processo de análise para as empresas.

Embora o foco neste momento seja a UE, o Ministério de Agricultura planeja enviar ainda este mês uma missão para a Arábia Saudita para tratar de questões de bem-estar animal ligadas ao mercado de abate halal, como parte dos esforços para preservar as cotas do Brasil para exportação de frango e não perder participação neste mercado.

"O abate religioso é um componente que pode significar redução de velocidade na linha de abate e pode comprometer em alguma esfera alguma questão sanitária, então temos que ponderar com muito cuidado", explicou Rangel.

Questionado sobre a retomada dos embarques de carne bovina in natura para os Estados Unidos, ele disse que o Brasil já enviou todos os documentos técnicos que precisava e agora espera definir dentro do Comitê Consultivo Agrícola entre os dois países os prazos para reabertura do mercado norte-americano.

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