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Mineradora de Agnelli e BTG tenta aquisição

Para a empresa, a queda nos preços dos metais torna o momento “perfeito” para aquisições.


	Roger Agnelli, ex-presidente da Vale: preços de ativos do setor de mineração vêm caindo com empresas em fase inicial e pré-operacional enfrentando condições mais rígidas
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Roger Agnelli, ex-presidente da Vale: preços de ativos do setor de mineração vêm caindo com empresas em fase inicial e pré-operacional enfrentando condições mais rígidas (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 20h01.

São Paulo - A B&A Mineração SA, mineradora criada pelo ex-presidente da Vale SA Roger Agnelli e pelo BTG Pactual SA, tenta assumir o controle de uma produtora de cobre com ativos no Chile. Para a empresa, a queda nos preços dos metais torna o momento “perfeito” para aquisições.

A B&A espera comprar uma participação adicional na Cuprum Resources Corp. para passar a ter o controle da mineradora de capital fechado antes do fim do ano, disse o presidente da empresa, Eduardo Ledsham, em entrevista ontem. A B&A também está conduzindo cinco processos de análise, ou “due diligence”, de potenciais aquisições, como parte do plano para se expandir nas áreas de metais, fertilizantes e logística, disse ele.

“Nós, como um novo entrante nesta indústria, temos essa vantagem de buscar uma oportunidade num momento em que quem está desenvolvendo está carente de recursos”, disse Ledsham, 50, em entrevista no escritório da empresa em São Paulo. “A gente tem um forte drive de aquisição em projetos avançados.”


Foram anunciadas aquisições de US$ 3,77 bilhões em empresas de mineração da América Latina este ano, menos da metade dos US$ 8 bilhões do mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. O tamanho médio dos negócios caiu de US$ 109 milhões para US$ 85,7 milhões, após os preços mundiais de metais terem caído em 2011 pela primeira vez em três anos. O ritmo ganhou força nos últimos três meses, com 26 negócios avaliados em US$ 2,45 bilhões, em comparação com 14 nos três meses anteriores, que somaram US$ 318 milhões, de acordo com os dados.

Manabi

A Manabi SA, mineradora que tem entre os sócios o fundo de pensão canadense Ontario Teachers’ Pension Plan, suspendeu em agosto seu plano de tornar-se a primeira produtora brasileira de minério de ferro a abrir o capital desde 2006. A empresa citou “incertezas econômicas” nos mercados internacional e doméstico.

Os preços de ativos do setor de mineração vêm caindo com empresas em fase inicial e pré-operacional enfrentando condições mais rígidas para ter acesso a financiamentos, devido à crise internacional e à queda dos preços dos metais, disse Ledsham, um ex-executivo da Vale.

Os preços do minério de ferro, principal produto de exportação do País, caiu 16 por cento nos últimos 12 meses e, em 5 de setembro, atingiu o menor valor em três anos. O níquel acumula baixa de 18 por cento no mesmo período.
A B&A, sediada em São Paulo, foi lançada em julho com planos de investir até US$ 520 milhões em projetos de cobre, minério de ferro, fosfato e titânio na América Latina e África. BTG Pactual e a AGN Agroindustrial, Projetos & Participações Ltda, empresa de Agnelli, são sócios, cada um com 50 por cento.

A Cuprum, em que a B&A já detém 30 por cento, deve começar a produzir em dezembro de 2013, com uma capacidade inicial de 15.000 toneladas de cobre por ano, disse Ledsham. A empresa pretende adicionar outras minas vizinhas para elevar a produção para 200.000 toneladas “no médio prazo”, disse ele.

“Buscamos uma maneira de ter o controle da empresa ainda este ano”, disse Ledsham. “A gente avalia todas as oportunidades e está escaneando o Brasil inteiro”, disse ele sobre outras potenciais aquisições.

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