General Motors: os trabalhadores querem que a GM seja proibida pelo governo de demitir os metalúrgicos na linha de montagem do Classic (Justin Sullivan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 19h26.
São Paulo - Metalúrgicos da General Motors, em São José dos Campos (SP), entraram nesta terça-feira em greve de 24 horas em protesto contra a possível demissão de 1,5 mil funcionários de uma das linhas de montagem na unidade da cidade do interior paulista.
O protesto fechou ainda, entre 6h30 e 7h30, a via Dutra, entre São Paulo e Rio de Janeiro, na altura do quilômetro 142, e ainda causava cerca de oito quilômetros de congestionamento no sentido da capital paulista e cinco no sentido do Rio de Janeiro, depois da liberação das pistas, segundo a concessionária NovaDutra.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, aproximadamente 5 mil funcionários do primeiro turno da unidade estão parados.
"A greve deve permanecer até amanhã, quando haverá, às 9 horas, uma reunião de conciliação entre os trabalhadores, representantes da GM e dos ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior", disse Macapá.
Segundo ele, os trabalhadores querem que a GM seja proibida pelo governo de demitir os metalúrgicos na linha de montagem do Classic, que já produziu os modelos fora de linha Corsa, Zafira e Meriva.
"A companhia tem benefícios do governo com a redução do IPI e mantém a política de demissão", criticou o presidente do sindicato.
Desde agosto, 800 trabalhadores da montadora estão em sistema de lay-off, ou seja, com o contrato de trabalho suspenso na unidade. Em dezembro, a GM estendeu o lay off até sábado próximo (26) e decidiu manter a produção do veículo Classic.
O temor do sindicato é que esses funcionários e outros 700, que ainda estão trabalhando, sejam demitidos. A montadora realizou ainda Plano de Demissão Voluntária (PDV) e 300 aceitaram a proposta.
Várias reuniões entre os sindicalistas e a GM terminaram sem acordo. A montadora avalia que as negociações continuam e que os sindicalistas não apresentaram propostas concretas para que a empresa mantenha a competitividade da planta, entre elas a possível jornada de trabalho flexível.
Além da reunião, na quarta-feira (23) será realizado o chamado "Dia de Ação Global Contra os Ataques da GM", mobilização em cinco países além do Brasil: Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Colômbia e Argentina.