Negócios

Mesmo na crise, Caixa empresta mais dinheiro no trimestre

A carteira de crédito do banco somou 691,6 bilhões de reais em junho, expansão de 6,7% em 12 meses


	Agência da Caixa: lucro líquido da instituição totalizou 1,6 bilhão de reais no segundo trimestre
 (Tânia Rêgo/ABr)

Agência da Caixa: lucro líquido da instituição totalizou 1,6 bilhão de reais no segundo trimestre (Tânia Rêgo/ABr)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 20h49.

São Paulo - Entre os grandes bancos do país, só a Caixa está emprestando mais dinheiro. 

Sua carteira de crédito somou 691,6 bilhões de reais em junho, expansão de 6,7% em 12 meses. Do total, 393,7 bilhões de reais correspondem a empréstimos para habitação.

Nos concorrentes Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, foi registrada queda de 1,2%, 3,4% e 5,8% nos financiamentos, respectivamente. Em geral, o encolhimento foi justificado por um maior conservadorismo das empresas diante da crise e do aumento dos calotes.

Segundo o vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Márcio Percival Pinto, os números não indicam que a instituição está descolada do mercado.

"Vamos crescer sempre. Nossa carteira é diferente dos outros bancos, composta em 55% por habitacional. Desse crescimento de 6,7%, 90% vem daí e de infraestrutura. Isso é que nos tem dado consistência", disse em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (12).

Ele reforçou também que 90% dos créditos são de baixo risco, com rating entre AA e C.

Resultado

De abril a junho, o lucro líquido da Caixa totalizou 1,6 bilhão de reais, o que representa uma queda de 16,8% ante o mesmo intervalo de 2015.

O número foi afetado por maiores despesas com provisão para devedores duvidosos (colchão usado para cobrir perdas), que somaram 6,4 bilhões de reais no trimestre, alta de 9,3% no confronto anual.

Porém, em relação aos três meses anteriores, os ganhos aumentaram 92,1%.

"O comparativo trimestral mostra tendência de crescimento do resultado. Nosso grande objetivo é a melhor qualidade da carteira, sustentabilidade e eficiência", disse Gilberto Occhi, presidente do banco.

De acordo com ele, para o segundo semestre, a Caixa terá "mais de 210 bilhões de reais" disponíveis para todas as suas linhas de crédito.

Índices positivos

O índice de inadimplência para dívidas vencidas há mais de 90 dias ficou em 3,20% em junho, o que significa uma queda de 0,31 ponto percentual frente a março e um aumento de 0,08 ponto percentual ante junho do ano passado.

A margem financeira, diferença entre os custos de captação e os juros cobrados, ficou em 11,7 bilhões de reais no trimestre, alta de 1,5% em 12 meses.

As receitas de prestação de serviços também cresceram 5,4% na mesma comparação, para 5,5 bilhões de reais.

Do outro lado, de junho de 2015 até o mesmo mês deste ano, as despesas de pessoal e administrativas avançaram 0,4% e 3,7%, nessa ordem. O aumento ficou abaixo da inflação acumulada para o período, de 8,84%.

Perspectivas para o ano

A Caixa revisou para baixo duas perspectivas de expansão para o ano.

Para a carteira de crédito, estimava-se um crescimento de 7% a 10%. Agora, o avanço previsto é de 5,5% a 7,5%.

Já as receitas de prestação de serviços devem saltar entre 9% e 11%, frente uma previsão anterior de incremento de 10% a 13%.

Conversas com a Oi

Questionada sobre como a situação financeira da Oi, que pediu recuperação judicial em junho, deve impactar os números da Caixa, Occhi alegou que o banco tem exposição "bem menor" às dívidas da empresa do que os concorrentes.

Márcio Percival Pinto, VP de finanças, afirmou que o grupo de telefonia ainda não fez nenhuma proposta para renegociar os débitos e que a Caixa está conversando com outros credores sobre o "complexo" caso.

Ele disse ainda que um provisionamento para a companhia já está sendo feito, mas não revelou de quanto.

Acompanhe tudo sobre:BancosCaixaCréditoCrises em empresasEmpresasEmpréstimosFinançasgestao-de-negociosResultado

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases